Venda de veículos cresce em maio com demanda reprimida e apetite das locadoras

Consumidores e empresas desistiram de esperar por queda de imposto e foram às lojas

Maio trouxe alívio ao setor automotivo, com alta expressiva nos emplacamentos em relação a abril. As explicações estão no movimento de compra feito pelas locadoras, no fim da espera pela redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e no fornecimento mais regular de semicondutores.

Os 187.064 veículos leves e pesados emplacados no último mês representam alta de 27% sobre abril. Após patinar na faixa de 7.000 licenciamentos, a média de vendas ficou em 8.503 unidades/dia.

Os números têm base no Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores) e incluem carros de passeio, comerciais leves, ônibus e caminhões.

Em relação a maio do ano passado, houve uma queda de 0,9% nos licenciamentos, o que indica estabilidade e interrompe uma sequência de comparações negativas entre os mesmos meses de 2021 e de 2022.

Para as montadoras, qualquer crescimento deve ser celebrado.

“Diria que foi um mês que claramente nos enche de esperança, para que possamos iniciar um período mais favorável da indústria”, diz Herlander Zola, vice-presidente da Fiat na América do Sul. A marca segue na liderança com a picape Strada, que teve 11.532 unidades emplacadas em maio.

A segunda colocação em vendas foi ocupada pelo Hyundai HB20 (9.634), seguido por Fiat Mobi (7.493), Chevrolet Onix (6.982) e Volkswagen Gol (6.980).

A presença de cinco carros compactos entre os mais vendidos confirma que as locadoras tiveram grande influência no resultado. Com frotas envelhecidas e demanda crescente, essas empresas foram às compras no início e no final do mês.

A Localiza, por exemplo, passou a oferecer carros a pronta entrega nos planos da Meoo, divisão que cuida da locação de longo prazo.

Assim como ocorreu com consumidores “pessoa física”, as empresas de locação seguraram parte das compras em abril na expectativa de serem beneficiadas por uma nova rodada de redução do IPI. A medida, contudo, não contemplou os carros de passeio. Como houve represamento no mês anterior, as negociações tiveram avanço em maio.

Mas os problemas não estão resolvidos. Apesar de ter ocorrido uma melhora no fornecimento nos últimos dois meses, Zola diz que há modelos com fila de espera por falta de semicondutores, como algumas versões da Strada e do SUV compacto Pulse.

O problema também é sentido por outras marcas, que planejam novos períodos de férias coletivas. A normalização só deve ocorrer ao longo de 2023.

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