Combate à inflação pode ser doloroso, diz Powell, sobre juros dos EUA

Os juros nos Estados Unidos vão continuar subindo até que a inflação caia a um nível considerado seguro e o Federal Reserve (o banco central americano) prefere pecar pelo excesso, mesmo que isso provoque forte desaceleração da economia, do que correr o risco de perder o controle dos preços.

“Uma falha em restaurar a estabilidade de preços significaria uma dor muito maior”, afirmou nesta sexta-feira (26) o presidente do Fed, Jerome Powell, em seu discurso no simpósio de banqueiros centrais em Jackson Hole, nos EUA.

Mercados de ações da principais economias globais aprofundavam perdas após o discurso de Powell.

No Brasil, às 11h40, O índice Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, caía 0,73%, aos 112.700 pontos.

O indicador S&P 500, parâmetro para a Bolsa de Nova York, recuava 1,57%. Também nos EUA, o indicador Nasdaq, focado em ações do setor de tecnologia, tombava 2%.

Na Europa, o indicador que acompanha as principais empresas da região caía 1,77%.

No câmbio brasileiro, o dólar, que recuava quase 1% antes da fala do Fed, passou a ganhar força contra o real. A moeda americana estava cotada a R$ 5,1060, com ligeira queda de 0,05%.

Considerando uma visão de curto prazo, o mercado olha para o simpósio em Jackson Hole para buscar pistas sobre o tamanho da alta da taxa de juros que o Fed irá aprovar em sua reunião de 20 e 21 de setembro.

Em um cenário em que o Fed considere a necessidade continuar subindo a taxa de forma agressiva, analistas estimam uma elevação de 0,75 ponto da taxa, atualmente na casa de 2,5% ao ano.

Esse foi o aumento aplicado nas duas últimas reuniões da autoridade monetária.

Para aqueles que esperam uma postura mais branda, a estimativa é que a taxa suba em 0,50 ponto percentual.

Após a fala de Powell, porém, as apostas em 0,75% tendem a subir. Mas não apenas isso. Como as falas em Jackson Hole focam tendências para os próximos meses ou até mesmo ano, o mercado começa a avaliar a que o aperto monetário pode durar mais tempo do que o esperado.

Nesta quinta-feira (25), o dólar ficou estável em um dia de trégua na corrida pela divisa americana no exterior. Investidores adotaram a cautela na véspera do pronunciamento do Fed emJackson Hole.

Na Bolsa de Valores brasileira, o índice Ibovespa subiu 0,56%, aos 113.531 pontos, acompanhando o fechamento positivo das principais Bolsas.

No mercado acionário americano, o índice de referência S&P 500 avançou 1,41%. Os indicadores Dow Jones e Nasdaq ganharam 0,98% e 1,67%, respectivamente.

No mercado internacional de petróleo, o preço da matéria-prima bruta recuou após uma sequência de cinco altas em seis sessões. O barril do Brent terminou o dia cotado US$ 99,87 (R$ 511), com queda de 1,33%.