Brasil se mostra como uma alternativa à turbulência global de cadeias produtivas; leia artigo

Estadão – Por Anderson Trautman Cardoso – Atualização: 

Agora, quando se discute a redistribuição das cadeias de suprimento, o Brasil surge como um player importante. Temos mão de obra disponível e barata, maior alinhamento institucional com o Ocidente e um importante mercado consumidor.

Crises como a dos semicondutores, geradas por turbulências internacionais, como a guerra da Ucrânia, colocam em xeque a interdependência da produção. Depender demais de outros países já faz vozes mais radicais defenderem a repatriação de todos os elos das cadeias produtivas. A redução da dependência, no entanto, passa mais pela diversificação da produção para vários países, mantendo a globalização.

É justamente aí que entra o Brasil. É hora de liderarmos um pacto pela inovação. A área de saúde, por exemplo, representa 9% do nosso Produto Interno Bruto (PIB) e gera mais de 20 milhões de empregos, mas ainda dependemos de outros países para ter insumos.

O setor de óleo e gás vive situação semelhante. O petróleo está em nossa costa, mas as plataformas que o extraem são produzidas fora daqui, mesmo tendo à disposição modernos e eficientes estaleiros, como os de Rio Grande e São José do Norte, no sul gaúcho.

Há, ainda, a cadeia de fertilizantes, afetada pelo conflito na Ucrânia. Hoje, 85% do produto usado em nossas lavouras é importado e pago em dólar. O que poucos lembram é que, quando eclodiu a crise na Petrobras, a companhia era a maior produtora de fertilizantes nitrogenados do País.

Precisamos lembrar e repetir: o Brasil tem tudo para tornar-se uma potência mundial. Condições climáticas, disponibilidade de área, recursos naturais, mão de obra. Investindo em educação, em inovação e em infraestrutura, e fazendo as necessárias reformas – especialmente a administrativa e a tributária –, o Brasil pode, sim, ser uma grande potência. Mas depende de nós. / PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO DE ENTIDADES EMPRESARIAIS DO RIO GRANDE DO SUL (FEDERASUL), É VICE-PRESIDENTE DA CONFEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES COMERCIAIS E EMPRESARIAIS DO BRASIL (CACB)

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