Bomba: gravações da diretoria da Pirelli confessando cartel começam a circular em Brasília

Os diálogos também apontam para o uso de dumping, quando a companhia diminui a margem de lucro com a intenção de dominar o mercado

Áudios de diretores, ex-diretores e revendedores da multinacional Pirelli Brasil Ltda, fabricante e revendedora de pneus, confessando o “ajustamento de preços” entre concorrentes, começam a circular nos bastidores da capital federal.

As gravações foram entregues ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e à Polícia Federal, que já avançam contra a gigante italiana.

Segundo as conversas gravadas, a formação de cartel teria sido iniciada em 2015, e estaria sendo feita por gestores em “nível de direção” da empresa.

Os diálogos também apontam para o uso de dumping, quando a companhia diminui a margem de lucro com a intenção de dominar o mercado. O ato é proibido no Brasil, já que é entendido como sendo um mecanismo de se manipular o mercado e diminuir a livre concorrência.
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O monopólio do mercado bilionário da borracha

O cartel comandado pela multinacional Pirelli Brasil LTDA, na mira do O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade)
Por Mino Pedrosa

Com um robusto processo tramitando no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e um avançado inquérito conduzido pela Polícia Federal, a multinacional italiana Pirelli Brasil Ltda, fabricante e revendedora de pneus, tem muito a se explicar às autoridades públicas.

Com diretores e revendedores gravados confessando a “combinação” e o “ajustamento” de preços entre concorrentes, a Pirelli terá de se defender da acusação de Cartel feita por um ex-revendedor de seus produtos.

A série de crimes que a megaempresa vem cometendo no Brasil está comprovada nas longas horas de áudios de conversas de integrantes da cúpula brasileira da empresa, e que agora começa a ser explorado pelo órgão investigativo e, em especial, pelo Cade.

Áudios no processo demonstram claramente o conluiu de representantes da Pirelli e de seus diretores na formação de cartel no Brasil, crime previsto no Brasil na Lei 12.529/11.

Estranhamente, porém, toda a movimentação no Cade tem refletido na em uma investigação movida pela Polícia Civil do Distrito Federal com operações midiáticas contra justamente o denunciante do esquema cartelizado da Pirelli.

Caso semelhante aconteceu em Goiás, quando a Polícia Civil do estado vizinho também foi enganada e usada para tentar desqualificar, por meio de operações midiáticas, os que acusam a multinacional italiana.

Na capital federal, um dos alvos da Pirelli Brasil Ltda é a empresa Grid Pneus, ex-representante da marca global, responsável por entregar as diversas provas e gravações ao Cade e à PF.

Esse poder exercido pela marca italiana fica evidente nas datas dos movimentos contra a empresa brasiliense. A cada avanço do Cade na apuração contra a conduta da Pirelli, um procedimento avança contra a denunciante em Brasília.

Com o intuito de minar a reputação dos que tentam combater a cartelização do setor no Brasil, operações e até pedidos de prisão do diretor da Grid Pneus ocorreram na mesma semana em que o órgão econômico nacional abriu investigação contra a Pirelli e quando rejeitou toda a defesa preliminar da companhia internacional.

Com uma das melhores estruturas entre as Polícias Civis do país, há a suspeita de que a corporação possa estar sendo enganada para ser usada em favor da criminosa multinacional.

Nos mesmos processos, a Polícia Federal e o Cade também apuram o ilegal uso de dumping, que acontece quando uma empresa reduz a margem de lucro com a intenção de dominar o mercado, mesmo registrando prejuízos financeiros. O crime é só mais uma na lista de débitos da empresa.

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