Vendas no varejo frustram expectativas em maio com queda de 1,0%

Folha de São Paulo – 10h4314.jul

As vendas no varejo brasileiro caíram inesperadamente em maio tanto na comparação sobre o mês anterior quando em relação ao mesmo período de 2022, sob efeito da política monetária apertada do BC (Banco Central) no crédito.

O volume de vendas no varejo teve queda de 1,0% em maio na comparação com o mês anterior e perdeu também 1,0% em relação ao mesmo período de 2022, marcando a primeira taxa interanual negativa após nove meses de altas, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (14).

O resultado marcou o pior mês de maio para o setor varejista desde 2018 (-1,8%), enquanto a queda de 1,0% frente a abril representou a taxa mais baixa do volume de vendas desde dezembro de 2022 (-2,7%).

Pesquisa da Reuters apontava expectativas de estabilidade na comparação mensal e de alta de 1,95% sobre um ano antes.

“Com os juros altos, o crédito vem sendo impactado e é um fator importante” disse Cristiano Santos, gerente da pesquisa. “Maio é o mês das mães e mesmo assim houve queda nas vendas do comércio.”

A taxa Selic está há meses no nível elevado de 13,75%, uma vez que o Banco Central vem tentando restringir a economia de forma a domar a inflação. Isso, por sua vez, tem limitado a oferta de crédito e pesado sobre setores da economia mais sensíveis à política monetária.

O BC indicou na ata de sua última reunião que pode começar a cortar juros em agosto caso se mantenha cenário de arrefecimento da inflação.

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