Veja como ficam seus investimentos de renda fixa com a Selic em 12,75%

Segundo especialistas, ainda há boas oportunidades, mas é preciso ser mais seletivo

Júlia Moura SÃO PAULO

Nesta quarta-feira (20), o Banco Central cortou a taxa básica de juros (Selic) pelo segundo mês seguido, para 12,75% ao ano, e sinalizou que ela deve continuar caindo até 11,75% ao fim de 2023.

A mudança impacta toda a economia. Enquanto ela tende a baratear o custo do crédito, a rentabilidade da renda fixa cai. Seria o caso de tirar o dinheiro de investimentos de renda fixa, como poupança, CDB e Tesouro Selic?

Segundo especialistas, não é preciso sair correndo da renda fixa, pois ela ainda oferece boas oportunidades, mas é hora de ser mais seletivo nos investimentos, sem deixar de diversificar a carteira de acordo com seu perfil.

“O juro caiu, mas ele continua estratosférico. Essa queda é marginal e eu não mudaria as alocações de renda fixa com base nela. Esses investimentos continuam uma ótima aplicação, especialmente os isentos do Imposto de Renda“, afirma Jayme Carvalho, da Planejar (Associação Brasileira de Planejamento Financeiro).

Dentre os que não têm IR, o planejador chama a atenção para produtos mais arriscados, como debêntures incentivadas, LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) e LCIs (Letras de Crédito Imobiliário), já que, quanto maior o risco, maior a rentabilidade oferecida.

Debêntures incentivadas são títulos emitidos por empresas de infraestrutura para financiar grandes obras, enquanto LCAs e LCIs são títulos emitidos por instituições financeiras para financiar os setores correspondentes. O governo isenta a tributação desses títulos justamente para incentivar os investimentos nessas áreas.

Carvalho lembra, porém, que a reserva de emergência deve ficar em opções mais seguras e de liquidez diária, como CDBs de bancos grandes, Tesouro Selic ou até mesmo na poupança.

Ele também recomenda alocar parte dos recursos para investimento em títulos atrelados à inflação como forma de proteger o patrimônio da perda de valor do dinheiro no longo prazo, por mais que a tendência no curto prazo seja de queda no IPCA.

“O cenário segue favorável para títulos pós-fixados em detrimento dos prefixados, que precificam uma queda de juros abaixo de 10%”, diz Carvalho. O título prefixado do Tesouro Direto com vencimento em 2029 está com uma rentabilidade anual de 11,01%.

Mesmo com mais cortes à vista, o mercado projeta que a taxa básica de juros vai seguir na casa de dois dígitos na média dos próximos 12 meses, garantindo uma rentabilidade acima da inflação para a renda fixa.

Segundo cálculos do banco C6, a Selic deve acumular 10,93% nesse período. Considerando a inflação de 4,09% projetada pelo boletim Focus para o mesmo intervalo, isso equivale a um juro real de 6,84%.

Com base nesta precificação do mercado financeiro para os próximos meses, Rafael Haddad, planejador financeiro do C6, projetou quanto devem render a poupança, o Tesouro Selic, CDBs, debêntures incentivadas, LCIs e LCAs nos próximos meses. Também estão incluídas LCs (Letras de Câmbio) e RDBs (Recibo de Depósito Bancário), semelhantes a CDBs, nas estimativas.

Veja as projeções nos quadros abaixo e clique sobre cada valor para verificar a rentabilidade projetada correspondente:

CONFIRA A RENTABILIDADE PROJETADA PARA OS PRÓXIMOS SEIS MESES:

CONFIRA A RENTABILIDADE PROJETADA PARA O PRÓXIMO ANO:

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