Tesouro dos EUA vê sinais de alívio na inflação em 2022

Demanda mais fraca por bens, redução de gargalos de oferta e declínio da pandemia devem contribuir para redução

David LawderAndrea Shalal – WASHINGTON | REUTERS

As pressões inflacionárias nos Estados Unidos devem diminuir em 2022 devido a demanda mais fraca por bens, redução de gargalos de oferta e a uma pandemia de coronavírus em declínio, disse o principal economista do Tesouro norte-americano nesta segunda-feira (31).

Em comunicado divulgado juntamente com as estimativas trimestrais de empréstimos do Tesouro, o secretário-adjunto de política econômica, Ben Harris, disse esperar que os preços de energia se acomodem em 2022, mas que a instabilidade geopolítica pode elevar os preços.

Harris afirmou que o curso da pandemia continua a ser o principal risco negativo para as perspectivas econômicas dos EUA, juntamente com interrupções na cadeia de suprimentos, altos preços de energia e custos de moradia.

Mulher com blusa vermelha, de costas, olhando para gôndola de supermercado
Mulher faz compras em mercado de Glendale, na Califórnia (EUA) – Robyn Beck/AFP

Futuras variantes de coronavírus “podem ter sintomas ou taxas de mortalidade piores ou podem ser totalmente resistentes às vacinas atuais e apresentar um risco significativo para as perspectivas econômicas. Por outro lado, dados os níveis de vacinação e de infecção passada, a população dos EUA pode estar se aproximando da imunidade do rebanho”.

Ele também disse que a pandemia continua a colocar em risco a recuperação das cadeias de suprimentos devido aos bloqueios contínuos na China e no sudeste da Ásia, o que pode manter os preços dos produtos elevados.

O potencial de crescimento futuro também depende da recuperação da oferta de mão de obra norte-americana, diminuída pela pandemia, afirmou Harris.

“Se essas perdas na oferta de mão de obra forem permanentes devido à pandemia, o crescimento econômico potencial será reduzido”, disse ele.

Mas Harris destacou que os fortes balanços das famílias foram um suporte positivo para um crescimento mais forte do PIB (Produto Interno Bruto), assim como o investimento em habitação, produção de energia e propriedades comerciais.

Os governos estaduais e locais também veem uma recuperação mais forte do que o esperado nas receitas, reforçada pelos US$ 350 bilhões (R$ 1,87 trilhão) do ano passado em fundos de auxílio contra o coronavírus, afirmou Harris.

“No início de 2022, os principais setores de investimento estão prontos para um forte crescimento, apesar das dificuldades contínuas da cadeia de suprimentos e da ameaça de novas variantes da Covid”, acrescentou Harris.

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