Pneus reformados: quando vale a pena e como evitar grandes roubadas
UOL – Felipe Carvalho Colunista do UOL – 05/10/2023 04h00 – Imagem: Diego Padgurschi/Folha Imagem
Quem tem carro sabe como é custoso para mantê-lo. Seguro, IPVA, combustível, estacionamento e mais uma série de outras variáveis fazem com que um veículo consuma boa parte do orçamento mensal de qualquer brasileiro.
As coisas pioram quando passamos por momentos de dificuldade financeira e o carro exige alguma manutenção que não estava planejada. Nessas horas, é comum que alguns decidam passar o veículo para frente, já que não tem mais condições de manter devidamente.
Uma das manutenções mais caras é a troca dos pneus. Como se não bastasse o alto custo de um único pneu, tudo é multiplicado por quatro se o objetivo for trocar todos. Montagem, balanceamento e alinhamento são os serviços que também entram na conta – e ainda tem que torcer para não surgir alguma surpresinha durante esses processos, como uma peça de suspensão desgastada.
Alternativa mais barata para quem não tem como escapar disso é optar por pneus reformados. O leitor pode até não gostar, mas é uma realidade comum de se ver no mercado de usados, principalmente em carros com baixos valores de mercado.
São pelo menos quatro tipos de reforma:
Recapagem: apenas a banda de rodagem é substituída. Comum em veículos pesados, como ônibus e caminhões, em que os pneus são projetados desde o início para receberem recapagens ao longo da sua vida.
Recauchutagem: além da banda de rodagem, também é substituído seus ombros, que é a parte externa entre a banda de rodagem e seu flanco.
Remoldagem: banda de rodagem, ombros e flancos são substituídos, sendo esse o processo mais comum de se ver nos veículos de passeio.
Ressulcagem: sulcos de um pneu desgastado são apenas riscados. Mas atenção: enquanto os três primeiros processos citados são regulamentados e aceitos pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito), a ressulcagem é ilegal e não atende absolutamente nenhum critério de segurança.
Dito isso, vamos focar apenas nas três reformas regulamentadas e ver se vale a pena considerar esse tipo de pneu.
Não gosto de pneus reformados e sempre recomendo a troca por compostos 100% novos. Por melhor que seja o processo da reforma, não é possível que o consumidor possa identificar a carcaça de origem do pneu, portanto é certo que carcaças de pneus diferentes vão equipar o mesmo carro, podendo comprometer o comportamento dinâmico.
Também é provável que a carcaça tenha passado por avarias ao longo da sua vida, algo que nem sempre é observado em uma inspeção visual e será mascarado no processo da reforma.
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