Neoindustrialização: uma análise da proposta Lula/Alckmin

Estadão – Foto: Werther Santana/Estadão – Por Horácio Lafer Piva, Pedro Passos e Pedro Wongtschowski * –

Plano para a indústria é positivo, mas não toca em pontos importantes como produtividade, pesquisa e desenvolvimento, qualificação de mão de obra, digitalização e descarbonização

Há ótimas ideias no artigo e o entendimento implícito que, para distribuir riqueza, é preciso em primeiro lugar criá-la, e a atividade industrial é uma ótima forma de fazê-lo. É a indústria que tem o maior efeito multiplicador entre todos os setores da economia. É também positivo ver que a mudança climática e a reforma tributária comparecem como condicionantes para o crescimento da atividade industrial.

Nada se vê sobre o ensino profissional e sobre a desestruturação da maior parte do ensino superior público no Brasil, fruto de décadas de subinvestimento. Não há referências à necessidade urgente da integração da indústria brasileira ao mundo, com a remoção paulatina de barreiras e entraves que dificultam a sua modernização e que poderá gerar uma nova corrente de exportações.

O artigo passa ao largo da necessária digitalização da indústria brasileira e dos passos que terá que dar no sentido de sua descarbonização. Não se fala de um insumo essencial, a energia; temos a capacidade de transformar custo baixo em preço alto, como no gás natural (um monopólio) e na energia elétrica (em função de um enorme número de penduricalhos). Há ideias antigas, como um amor incontido pelo que se chamou no passado de terceiro mundo; os grandes mercados estão concentrados nos países centrais, aí já incluída a China.

Em resumo, um bom começo, mas ainda um longo caminho a percorrer./Horácio Lafer Piva, Pedro Passos e Pedro Wongtschowski são empresários

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