Mesmo com o retorno da alíquota, importação de pneus cresce 40%

Os principais fornecedores do Brasil, atualmente, são a China e o Vietnã, o último com crescimento expressivo em ponto percentual

A importação de pneus no Brasil alcançou US$904 milhões no primeiro semestre de 2023, um aumento de 40% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Os dados foram mapeados pela Vixtra, fintech de comércio exterior, junto à Secretaria de Comércio Exterior. Vale ressaltar no ano passado o mercado movimentou US$1,6 bilhões durante o ano todo.

Segundo o levantamento, os preços dos pneus se mantiveram relativamente estáveis durante todo o semestre, indicando que o aumento na importação foi impulsionado principalmente pela amplificação na demanda. No período, os maiores exportadores para o Brasil foram China (35,8%), Vietnã (13,8%) e Índia (8,9%). Juntos, esses países foram responsáveis por aproximadamente 60% das importações de pneus no primeiro semestre deste ano.

A China registrou um aumento de 41% em suas exportações de pneus para o Brasil, saindo de US$229 milhões no primeiro semestre de 2022 para US$323 milhões em 2023. Já em termos percentuais o Vietnã se saiu melhor. O país mais do que dobrou suas exportações, apresentando um aumento de 118%. Com isso, saiu de US$56 milhões para US$124 milhões no mesmo período de comparação.

O retorno da alíquota

Contudo, o mercado de pneus vem sofrendo com algumas intervenções governamentais que buscam estimular a indústria local. No início do ano, o Comitê Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) fixou uma tarifa de 16% para a importação de pneus de carga, revogando uma norma anterior que havia zerado a tarifa para a importação de cinco modelos do item.

Embora a forte demanda tenha pressionado o crescimento das importações de pneus, Leonardo Baltieri, co-CEO da Vixtra, destaca que a ação do governo pode, sim, desestimular a compra de pneus importados, aumentando o custo para os consumidores brasileiros. “A fixação da alíquota pode reduzir a compra desses produtos e comprometer o negócio de muitas PMEs. A princípio, a medida adotada pelo governo não impactou as importações, mas em um cenário de baixa demanda, essa imposição pode inibir a compra do mercado externo”, avalia.

Baltieri, porém, acredita que as importações de pneus ainda têm espaço para crescer e o mercado brasileiro é capaz de acomodar a indústria local. Para ele, a preservação desses empregos e a importação são os aspectos que garantem maior competitividade e estímulo para o setor.

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