Longo curso e cabotagem registram queda em 2022, segundo Antaq

Navegação doméstica transportou 283,3 milhões de toneladas, baixa de 1,8% em relação ao ano anterior. Diretor-geral da agência avalia que resultados devem ser celebrados diante de fatores do cenário internacional, como Guerra da Ucrânia e desaceleração da China

A navegação de longo curso movimentou 849,6 milhões de toneladas em 2022, com uma queda de 0,75% em comparação a 2021. Já o segmento de cabotagem sentiu baixa de 1,8%, transportando 283,3 milhões de toneladas. Os dados foram apresentados, nesta quarta-feira (8), pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) durante a divulgação do Anuário Estatístico Portuário, em Brasília.

A importação de longo curso passou por uma queda de 12%, sendo o carvão mineral o produto mais atingido (-27%). Em contrapartida, na exportação, o aumento foi de 2%, com destaque para o milho, que cresceu 111% — ao todo, foram 60,9 milhões de toneladas movimentadas. A Antaq destacou também os produtos industriais que movimentaram, entre janeiro e dezembro do ano passado, 47,6 milhões de toneladas, representando uma alta de 0,9%.

O transporte portuário sofreu com uma retração na cabotagem, que vinha crescendo 11% em 2021, mas foi para 1,8% em 2022. Segundo a agência, essa queda está relacionada aos baixos níveis de calado na região Norte. Mesmo assim, os portos no estado do Rio de Janeiro tiveram um aumento de 41%, enquanto o Porto Itapoá (SC) 35%.

setor portuário fechou 2022 com com 1,209 bilhão de toneladas de cargas movimentadas. Em comparação a 2021, o setor apresentou uma queda de 0,4%, mesmo assim, essa ainda é a segunda maior movimentação portuária registrada desde 2010. Apoio marítimo e portuário também registraram uma diminuição (- 9,28% e – 4,03%, respectivamente).

Para o diretor-geral da Antaq, Eduardo Nery, mesmo com as quedas, o resultado deve ser celebrado. “Esse é um resultado praticamente idêntico ao do ano passado, que foi histórico. Em um ano que tivemos efeitos da guerra da Ucrânia, desaceleração na China, consideramos um resultado muito bom”, destacou.

Para Nery, é essencial que os portos brasileiros não se tornem gargalos e que atendam toda a demanda. “O setor tem que estar à frente para mitigar, principalmente, os gargalos que ainda existem de acessos aquaviários e terrestres aos portos públicos que atendem não só os terminais públicos, como os de uso privado também”, comentou.

Para 2023, a Antaq projeta 1,240 bilhão de toneladas movimentadas, com crescimento de 2,5% em comparação a 2022 e se diz esperançosa com a navegação interior.

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