Lockdown na China deve aumentar atraso logístico e manter frete caro
Bloqueio em Shenzen reforça o cenário de crise do setor, que tem refletido em custo maior de transporte para o agronegócio
Globo.com – 3 min de leitura – ROGER MARZOCHI – ATUALIZADO EM
Além de ter um dos portos mais movimentados da China, Shenzhen é sede de empresas como Tencent Holdings e Huawei Technologies. Agências de notícias internacionais, como a Bloomberg, informam problemas também em portos em Xangai, Qingdao,Ningbo e Zoushan, relatando aumento na fila de desembarque de mercadorias nesses portos.
“Se cancela um navio, ele tem que descarregar em outro porto. Os atrasos, que vinham se reduzindo, vão voltar a piorar de novo. Isso vai reduzir a capacidade de transporte e pode elevar o frete, mas não para níveis de US$ 20 mil”, diz Barreto. “Avalio que não há muito espaço para grandes aumentos no preço do frete, mas esse lockdown vai colapsar os congestionamentos e causar atraso nos desembarques”, explica Barreto.
Um dos motivos que impediria um aumento expressivo do valor do frete, além dos níveis atuais, é que o mundo todo está passando por inflação e há reflexo dos momentos mais severos da pandemia nos últimos dois anos no transporte internacional de cargas. Para ele, exportadores de madeira, açúcar, carne e algodão poderão ser mais afetados do que os exportadores de soja, embora seja cedo em sua avaliação para analisar o impactos do lockdown.“O fato é que no mundo não tem mais margem para subir o frete muito mais, porque se não, não vai ter mais nada para carregar. A inflação está explodindo no mundo inteiro”, explica.
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“Algum impacto sim, pois a China é um dos principais compradores de açúcar”, diz Arnaldo Bortoletto, presidente da Cooperativa dos Plantadores de Cana (Coplacana). Por meio da assessoria de imprensa, o presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), Miguel Faus, informou que o lockdown em Shenzen não está afetando as exportações de algodão. Também não se espera impacto nas exportações soja e milho, segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).
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