Investidores acreditam em obras de porto em Arroio do Sal começando em 2024

Grupo terá reunião com ministro de Portos e Aeroportos, no início de março, para apresentar formalmente o projeto

O projeto de criação do Porto Meridional, na região de Arroio do Sal, é uma das principais apostas do setor portuário local para os próximos anos e pretende dinamizar as exportações de produtos do Rio Grande do Sul. Investidores privados, entre eles o ex-treinador da seleção brasileira de futebol, Luiz Felipe Scolari, planejam iniciar, no primeiro semestre de 2024, as obras do porto, que será instalado há 9,5 quilômetros da BR-101.

De acordo com o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), idealizador do projeto, após cinco anos, a construção do porto está ‘mais próxima do que nunca’. “A Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) deve liberar a licença nos próximos dias. A prefeitura também vem trabalhando no plano de entorno do município para poder abrigar o porto. E a licença do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) também tem sido trabalhada”, comentou.

Segundo o senador, no início de março, os investidores terão uma reunião com o Ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, para apresentar formalmente o projeto. A partir daí, pretendem começar a prospectar investidores nacionais ou internacionais. Heinze acredita que a construção do porto é necessária para o desenvolvimento regional. “Atualmente, o Rio Grande do Sul conta somente com um porto marítimo, enquanto Santa Catarina tem seis. Estamos próximos de Porto Alegre e da região de Caxias, que é um importante meio industrial, por exemplo. Nesse sentido, investir aqui é importante, porque barateia os custos para as empresas gaúchas”, destacou.

Localizado no município de Arroio do Sal (RS), o porto pretende focar em carga geral manufaturada e semimanufaturada, granéis sólidos como soja, milho, arroz, rocha fosfática, enxofre e fertilizantes. Além de granéis líquidos como derivados de petróleo e gás e um terminal turístico de passageiros. O escopo prevê um conceito porto-indústria, com uma fábrica de hidrogênio verde ou azul sob a forma de amônia para ser exportada em isotanques criogênicos e uma fábrica de fertilizantes com uma termelétrica a gás de 1 gigawatt (GW) de potência instalada.

Com investimento orçado em R$ 6 bilhões, sendo R$ 1,3 bilhão para infraestrutura e R$ 4,7 bilhões para berços de terminais específicos, o porto terá uma estrutura capaz de movimentar 50 milhões de toneladas em carga ao ano. O projeto, desenvolvido pela DTA Engenharia Portuária e Ambiental, contempla 10 berços para atracação de grandes navios, sendo 8 para contêineres, granéis sólidos, líquidos e gás e dois para transatlânticos, o que permitirá desenvolver o potencial turístico do estado.

A profundidade do mar ficará entre 17 a 20 metros e a passagem de duas correntes marítimas também favorecem o projeto do porto, sem necessidade de dragagem constante. Segundo a companhia, o Porto Meridional será um porto onshore abrigado por enrocamentos de pedra e sem aporte de sedimentos que tanto assoreiam e oneram os portos estuarinos como Santos (SP), Paranaguá (PR) e Rio Grande (RS).

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