Falta de navios encarece fertilizantes e dificulta importação do insumo

“A dificuldade para o Brasil esbarra na logística”, afirma Scott Irwin, coordenador do Farmdoc – projeto da Universidade de Illinois voltado à análise agrícola. Ele lembra que a pandemia alterou a demanda nos portos, os preços de embarcação e a disponibilidade de navios.

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“A Rússia é um dos maiores provedores de gás natural da Europa e o fornecimento do gás impacta a logística das embarcações. Energia tem um alto impacto para o custo do transporte e isso pressiona o preço dos alimentos”, diz.

Embora o cenário esteja incerto, os pesquisadores concordam que a solução mais fácil para o Brasil manter seus estoques de potássio é estreitar a relação com o Canadá, que responde por 33% da oferta mundial do fertilizante. Ainda assim, há um teto do volume que poderá ser ofertado, pois “aumentar a produção de fertilizantes não é algo rápido de se fazer”, conforme disse Scott Irwin.

Outro ponto comentado pelos pesquisadores se refere à produção de trigo. Com uma produção em 6,7 milhões de hectares, a Ucrânia é um dos principais players do cereal de inverno até o momento. O ponto sensível é que o calendário de plantio no país segue o Hemisfério Norte, cuja época de plantio é entre abril e maio, mas o avanço da guerra tem destruído campos antes férteis.

“Muitas áreas produtivas estão em zona de conflito no sul da Ucrânia. A grande discussão é se a Ucrânia conseguirá manter a produção do trigo e como isso impacta outros países produtores, como o Brasil. Quanto mais demorar o conflito mais estas áreas serão degradadas”, conclui Irwin.

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