Dólar tem pausa na alta da cotação: mercado analisa ata do Copom

Bolsas operam com ganhos moderados após queda da véspera

Folha de São Paulo – 10.mai.2022 às 9h22Atualizado: 10.mai.2022 às 11h35

Após o tombo da véspera provocado pelo aumento do temor dos investidores sobre o risco de uma recessão econômica global à frente, os mercados tem uma sessão de ajustes nesta terça-feira (10), com alta das principais Bolsas globais e enfraquecimento do dólar.

Por volta das 11h35, o dólar comercial registrava queda de 0,13% frente ao real, cotado a R$ 5,1490 para venda, chegando a escorregar para R$ 5,1160 na mínima do dia.

Na Bolsa de Valores, o índice amplo de ações Ibovespa oscilava no mesmo horário com ganhos de 0,1%, aos 103.335 pontos.

O movimento acompanha o bom humor que prevalece nesta terça nas Bolsas globais. Nos Estados Unidos, o S&P valorizava 1,30%, o Dow Jones avançava 1,10% e o Nasdaq marcava valorização de 2,15%.

Painel eletrônico na Nyse (Bolsa de Nova York), nos Estados Unidos – Michael Nagle – 6.mai.2022/Xinhua

No Brasil, investidores digerem a ata da última reunião de política monetária do Banco Central, em que a autarquia repetiu sinalização anterior de que vai promover alta inferior a 1 ponto percentual nos juros em seu próximo encontro e alertou para riscos econômicos e uma deterioração inflacionária.

Segundo Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, a ata do Copom (Comitê de Política Monetária) veio em um tom “dovish”, mais inclinado a um afrouxamento no ritmo de aperto das condições monetárias.

“Deste modo, reafirmamos que a autoridade deverá elevar a Selic em 50bps na reunião de junho e interromper o ciclo de alta”, diz o economista.

Ainda na agenda doméstica, o setor de varejo cresceu mais do que o esperado em março e fechou o primeiro trimestre com ganho de 1,9%, em comparação aos três meses anteriores, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Apenas em março, as vendas no varejo avançaram 1% na margem, ante estimativa de 0,4% de analistas consultados pela Reuters.

Na esteira dos números divulgados pelo IBGE, papéis relacionados ao setor de consumo e varejo se destacam entre as maiores altas do pregão —as ações da BRF registravam valorização de 5,5%, as da CVC avançavam 4,1% e as da Alpargatas subiam 3,7%.

Apesar dos resultados recentes, especialistas preveem alguma acomodação nos dados de atividade nas próximas divulgações.

“Inflação de dois dígitos, condições financeiras domésticas mais apertadas, confiança fraca do consumidor e das empresas, incerteza política, níveis recordes de endividamento das famílias e condições de crédito cada vez mais exigentes devem gerar ventos contrários para a atividade de varejo nos próximos meses”, preveem os analistas do Goldman Sachs, em relatório.

CENA GLOBAL

Nos mercados globais, os investidores seguem atentos às novas sinalizações sobre a política monetária nos Estados Unidos.

Presidente do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) de Nova York, John Williams disse nesta terça que aumentos de 0,50 ponto percentual nas próximas duas reuniões da autoridade monetária, em junho e julho, é sensato.

“Acho que, como um cenário básico de pensamento, aumentos de 50 pontos-base fazem sentido exatamente como o chairman [Jerome] Powell [presidente do Fed] expôs”, disse Williams.

Ao longo da semana passada, pesou para o humor dos agentes de mercado o receio sobre a necessidade de o BC americano ter de promover um aperto monetário mais agressivo, com altas de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros americana, de modo a conseguir controlar a pressão inflacionária no país.

Já a Tesla, do bilionário Elon Musk, informou a interrupção da maior parte da produção em sua fábrica em Xangai devido a problemas para garantir peças para os veículos elétricos, de acordo com um memorando interno ao qual a Reuters teve acesso.

Duas pessoas familiarizadas com as operações da Tesla disseram anteriormente que a fábrica em Xangai suspendeu a operação na segunda-feira (9), depois de enfrentar dificuldades na aquisição de suprimentos.

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