Dólar cai com alta do petróleo atraindo estrangeiros ao Brasil

Guerra na Ucrânia valoriza commodities na Bolsa, mas amplia risco de inflação

Clayton Castelani SÃO PAULO

Enquanto a guerra entre Rússia e Ucrânia provocava quedas nos principais mercados de ações globais na tarde desta quinta-feira (3), a Bolsa de Valores do Brasil subia apoiada na valorização de alguns dos materiais básicos cuja oferta é prejudicada pelo conflito na Europa.

Às 14h20, o Ibovespa avançava 0,39%, a 115.629 pontos. Empresas como Petrobras, PetroRio, Vale e Gerdau eram as principais responsáveis pelos ganhos. Valorizações do petróleo, do minério de ferro e do aço explicam esse movimento.

O dólar recuava 1,01%, cotado R$ 5,0560. A desvalorização da divisa americana frente ao real era maior na abertura do pregão, quando a moeda estrangeira chegou à cotação mínima do dia, de R$ 5,0230.

O petróleo Brent, referência para essa matéria-prima, estava valendo US$ 112,74 (R$ 569,03) o barril, uma queda de 0,17%. A ligeira baixa desta quinta ocorria após uma valorização de 7,58% na véspera.

A Rússia é uma das principais produtoras globais de petróleo e gás natural. A crise atual consolidou o preço da matéria-prima no maior patamar desde 2014, ocasião em que a disparada ocorreu após o presidente russo Vladimir Putin ter decido invadir a Crimeia, península ao sul da Ucrânia.

Na China, a guerra gera expectativa de aumento da demanda pelo aço produzido no país. Parte da matéria-prima para isso é o minério de ferro brasileiro, cujo valor dos contratos subiu 3,69% nesta quinta.

Com esse novo impulso das commodities, os mercados de câmbio e de ações voltam a refletir a entrada de investidores estrangeiros no país. Eles buscam oportunidades de ganhos comprando ativos com grande potencial de valorização.

 

No primeiro bimestre de 2022, o saldo de aplicações de estrangeiros na Bolsa alcançou R$ 62,6 bilhões. O crescimento é de 130% em relação aos R$ 27,2 bilhões do mesmo período de 2021.

Fundos e instituições financeiras que permitem a investidores de outras nacionalidades aplicar no Brasil têm grande importância no mercado acionário doméstico. Representam 53% do volume negociado. É seguramente deles a maior fatia do bolo. Instituições brasileiras representam 26%. Investidores individuais (pessoas físicas) são 16%.

Antes do início da guerra, o Brasil já despontava como um destino atraente para estrangeiros em busca de lucros rápidos, enquanto bolsas dos principais mercados estavam devolvendo ganhos obtidos em anos anteriores.

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