Dólar avança com temores sobre altas de juros nos EUA e lockdowns na China

Às 10h21 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,99%, a R$ 4,8541 na venda

Luana Maria Benedito – SÃO PAULO | REUTERS

O dólar estendia ganhos contra o real nesta segunda-feira (25), depois de ter registrado a alta percentual mais forte desde o início da pandemia de Covid-19 na última sessão, com ativos arriscados de todo o mundo sofrendo sob temores relacionados a aumentos de juros nos Estados Unidos e a restrições econômicas de combate ao coronavírus na China.

Às 10h21 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,99%, a R$ 4,8541 na venda, depois de mais cedo chegar a saltar 1%, a R$ 4,8546.

Na B3, às 10h21 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 1,09%, a R$ 4,8625.

Na última sessão, na sexta-feira (22), a moeda norte-americana à vista já havia disparado 4,07%, a R$ 4,8065, maior valor desde 24 de março passado (R$ 4,8311) e a mais forte alta percentual diária desde 16 de março de 2020 (+4,86%), no começo da pandemia de Covid-19.

Isso impulsionou o dólar globalmente, tanto na sexta-feira como nesta manhã, quando seu índice frente a uma cesta de pares fortes subia 0,5%.

Na última sessão, a disparada da moeda norte-americana foi tão intensa que desencadeou o primeiro leilão de venda de dólar spot do ano pelo Banco Central. A autarquia colocou no mercado à vista US$ 571 milhões (R$ 2,7 bilhões), o que ajudou a manter a divisa afastada dos picos intradiários.

“Dado o ambiente externo hostil hoje para o real, não podemos descartar outra intervenção extraordinária e reforçamos nossa visão de que o BC está apenas intervindo para corrigir distorções pontuais no câmbio”, disseram estrategistas do Citi em relatório nesta segunda-feira.

Além de ainda remoer as indicações mais duras de autoridades do Fed, que entram agora em período de silêncio antes de sua reunião de 3 e 4 de maio, os mercados financeiros globais avaliavam as perspectivas de crescimento da China, que têm sido ameaçadas por rígidos lockdowns de combate à Covid-19.

“A possibilidade de que seja decretado um lockdown (em Pequim), semelhante ao adotado em Xangai, conforme a situação pandêmica se deteriora na cidade derruba a cotação do minério de ferro e outras commodities metálicas nesta segunda-feira”, disse em relatório a equipe de macro e estratégia do BTG Pactual.

Isso parecia prejudicar a maior parte das moedas de países emergentes ou sensíveis às commodities no dia, mesmo depois da notícia de que o banco central da China reduzirá a taxa de compulsório (parcela de dinheiro que os bancos devem manter em suas reservas) para depósitos em moeda estrangeira de 9% para 8%, o que entrará em vigor em 15 de maio.

Divisas do peso chileno ao dólar australiano eram negociadas profundamente no vermelho, enquanto as principais bolsas europeias e os futuros de Wall Street também caíam, num movimento coordenado de aversão ao risco.

O Banco Central fará neste pregão leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de junho de 2022.

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