Carlos Eduardo de Souza, de 13 anos, surpreendeu-se com o uso de pneus velhos e comemora o lugar para brincar. Antes da iniciativa, o garoto não tinha um ponto de encontro para se divertir com os amigos.

“Achei top, legal. E o bom é que com pneu dá pra fazer a diversão da garotada”, resume.

O parque construído por muitas mãos teve dois personagens importantes: o Vanderlei e o Fabiano, que moram no bairro e já gastaram mais de dois mil reais cada para conseguir realizar o projeto.

Vanderlei passa dia e noite no parquinho, pensando em como deixar o lugar ainda mais divertido.

“Às vezes eu chego cansado do serviço, daí eu fuço daqui, fuço de lá. Minha mulher fica até brava: ‘vai tomar banho, vai dormir’. Ela faz a janta, e eu venho aqui de noite mexer aqui”, conta.

Laura de Souza, mulher dele, é técnica de enfermagem e não gostou muito da ideia no começo.

“No começo, eu fiquei muito brava porque eu falava que ele estava tirando um dinheiro dele para colocar em um lugar que outras pessoas estão usando, além do receio de as pessoas acabarem destruindo”.

Mas, agora, ao ver a criançada brincando e se divertindo, virou parceira do marido.

“Hoje eu comprei essa ideia dele e estamos juntos.”

A principal matéria-prima são os pneus. Eles são desinfetados, limpos e furados para não juntar água.

Depois de todo o processo, os pneus vão ganhando forma. Alguns viram joaninha, outros tartaruga, e por aí vai.

Agora, o próximo passo é concretar os bichinhos de pneus no chão, como conta a professora Mônica Sabino.

“Nós queremos chumbar os bichos pra ter a segurança para as crianças e para que não saiam os bichinhos, que deram tanto trabalho para ser feitos, que ninguém leve embora para brincar sozinho em casa”, pede.