Dia Mundial da Reciclagem: 96% dos resíduos produzidos no Brasil não são reaproveitados

O nome da imagem pode ser “quase nada”. O Brasil só reciclou 4% dos quase 82 milhões de toneladas de resíduos geradas em 2022. Todo o resto foi parar em aterros controlados, lixões a céu aberto ou nas ruas e praças do país.

Plástico, papel, papelão, vidro e metais têm muito valor para serem jogados fora. Uma cooperativa, em São Paulo, recolhe e revende 200 toneladas de material reciclável por mês, que vêm de empresas que pagam para retirar os resíduos.

Em São Paulo, grandes geradores têm obrigação de dar um destino correto ao material que descartam.

Tudo o que se vê no galpão foi separado e colocado em fardos em apenas duas semanas. Essa imagem é muito boa para explicar três grandes vantagens da reciclagem. A primeira é ambiental: nada disso vai poluir, e todo esse material vai evitar que novos recursos naturais sejam retirados do planeta. A segunda vantagem é econômica: reciclar cria novas empresas, faz o dinheiro circular. A terceira grande vantagem é social: só em uma cooperativa, 60 pessoas vivem de transformar resíduo em matéria-prima e vivem com dignidade.

Marlene Maciel dos Santos é catadora de recicláveis há 18.

Em Rio Branco, o descarte de eletrônicos vai para grandes indústrias. Curitiba faz até coleta de orgânicos. O morador leva de ovos a restos de legumes e recebe de volta adubo orgânico. O que ia para o lixo em Fortaleza, agora vale dinheiro.

O presidente da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais diz que a legislação do país é moderna, mas a reciclagem não cresce há dez anos.

“Muitas cidades não têm sistema de coleta seletiva e o mercado para absorver essa matéria prima secundária ainda não está estruturado. Então, agora, nós precisamos juntar tudo isso e, sim, fazer realmente um programa efetivo que torne essa lei possível de verificar o avanço dos índices de reciclagem”, afirma Carlos Silva Filho, presidente da Abrelpe.

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