Dia de derrota para o transporte de cargas. Governo retoma cobrança de 16% para importação de pneus de caminhão

O Comitê-Executivo de Gestão (Gecex), presidido pelo Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Geraldo Alckmin, acatou o pedido da Prometeon Tyre Group Industria Brasil Ltda (Grupo Pirelli) e excluiu 5 medidas de pneus de caminhão da Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum (LETEC).

Com esta exclusão os pneus 295/80 R22,5 – 275/80 R22,5 – 215/75 R17,5 – 235/75 R17,5 – 12.00 R24, antes beneficiados com alíquota “zero” de imposto de importação, voltaram a ser tributados em 16% onerando toda cadeia logística do transporte de cargas, pois o pneu é o segundo item mais caro para o caminhoneiro autônomo que hoje representa 70% de tudo que é transportado no Brasil.

Para se ter ideia, um pneu de caminhão é vendido na China por R$ 500,00, mas no Brasil, o paraíso do lucro desses fabricantes, chega a custar R$ 2.500,00. Para pressionar o governo a associação dos fabricantes de pneus – Anip, soltou notas na imprensa de que iria demitir funcionários por conta desse benefício aos pneus importados, quando na verdade a indústria nacional bateu recordes de produção e vendas nos anos de 2021 e 2022, período que a aliquota zero vigorou.

O fato é que o pneu de caminhão não é uma opção, mas uma necessidade e o Brasil continuará importando, pois, suas fábricas não produzem tudo o que mercado consome. Vale lembrar que os pneus importados para automóveis, caminhões e para toda a agricultura são sobretaxados com medidas antidumping contra diversos países como China, Tailândia e até Coréia do Sul. A alíquota zero do imposto de importação para pneus de caminhão atenuou o impacto negativo de tantas medidas protetivas à já protegida indústria nacional.

Em meio ao clima de instabilidade econômica que paira sobre o país, da alta do dólar e do risco de inflação, este certamente será mais um componente que pesará no preço do trigo que faz o pão, dos itens que compõem a cesta básica, dos remédios e de tudo que dependa de transporte rodoviário.

Fato curioso é que em 2022, uma das indústrias que hoje comemora o fim do imposto zero foi denunciada e está sendo investigada pelo CADE por formação de cartel.

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