Desemprego recua para 9,1%, e renda volta a subir após dois anos, diz IBGE

Dados do IBGE são relativos ao trimestre encerrado em julho

Folha de São Paulo – 31.ago.2022 às 9h04 – Leonardo Vieceli – RIO DE JANEIRO

A taxa de desemprego recuou para 9,1% no trimestre encerrado em julho deste ano, informou nesta quarta-feira (31) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). É o menor índice da série histórica desde o trimestre encerrado em dezembro de 2015, quando também foi de 9,1%.

O resultado veio um pouco acima das estimativas do mercado financeiro. Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam 9% na mediana. Depois de dois anos, o rendimento real habitual voltou a crescer e chegou a R$ 2.693 no trimestre, disse o IBGE.

O número de desempregados, por sua vez, recuou para 9,9 milhões no trimestre até julho. Pelas estatísticas oficiais, a população desocupada reúne quem está sem trabalho e segue à procura de novas vagas. Quem não tem emprego e não está buscando oportunidades não entra nesse cálculo.

Mutirão na capital paulista oferece vagas de emprego – Danilo Verpa – 16.mai.2022/Folhapress
A taxa de desemprego estava em 10,5% no trimestre até abril, período mais recente da série histórica comparável. Na ocasião, o número de desocupados era de 11,3 milhões.

A taxa já estava abaixo de 10% no trimestre até junho (9,3%), que marcou a divulgação mais recente do IBGE. Os dados integram a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua).

O levantamento retrata tanto o mercado de trabalho formal quanto o informal. Ou seja, são avaliados desde empregos com carteira assinada e CNPJ até os populares bicos.

Conforme o IBGE, o número de desocupados chegou a romper a faixa dos 15 milhões no começo de 2021, sob efeito da pandemia.

Com o avanço da vacinação contra a Covid-19 e a reabertura da economia, houve um processo de retorno ao mercado de trabalho. O desemprego, então, passou a ceder.

A criação de vagas, contudo, foi marcada pelo tombo na renda média dos trabalhadores. A disparada da inflação é apontada como uma das questões responsáveis pelo rendimento mais baixo ao longo dos últimos meses.

A perda do poder de compra dos brasileiros pressiona o presidente Jair Bolsonaro (PL) às vésperas das eleições.

Para atenuar os danos sentidos pelo eleitorado, o governo federal aposta na trégua do desemprego e em um pacote de estímulos turbinados à economia. As medidas incluem a ampliação do Auxílio Brasil.

Até o primeiro turno das eleições, agendado para 2 de outubro, haverá mais uma divulgação da Pnad, prevista para 30 de setembro. A nova edição contemplará dados até agosto.

0 respostas

Deixe uma resposta

Want to join the discussion?
Feel free to contribute!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *