Com a guerra, Xi busca segurança alimentar; Biden, conter o petróleo

Não devemos confiar no mercado internacional, diz líder chinês; americano corre atrás de acordos com Irã e Venezuela

Vem de dezembro a preocupação chinesa com “segurança alimentar”. No domingo, foi a manchete do portal Guancha, em chinês, “Xi Jinping: Não espere que a segurança alimentar seja resolvida pelo mercado internacional”.

Também foi a manchete, em tom mais contido, do Diário do Povo (imagem abaixo), o principal jornal do PC. E a declaração de Xi foi reproduzida na principal rede do país, CCTV, “Nós não devemos confiar no mercado internacional”.

Quando começaram os alertas de Xi, há quatro meses, eles eram vistos como referência às importações de EUA e Brasil. Mas a frase agora ecoou na Bloomberg e na Reuters como ligada ao “conflito entre Rússia e Ucrânia, dois grandes produtores de grãos”.

Se Xi está preocupado com a comida, Joe Biden está atento à inflação, aos preços do petróleo. Para o Wall Street Journal, é o maior risco do conflito para a economia do país, diante das pressões para banir o petróleo russo.

O WSJ vem cobrindo o esforço americano para, às pressas, fechar um acordo com o Irã e liberar seu petróleo. E o New York Times noticiou que Biden enviou altos diplomatas à Venezuela, para um acordo que permita o mesmo.

“Se os EUA reduzirem as importações da Rússia, a Venezuela poderá repor parte do suprimento perdido”, apontou o NYT, citando especialista.

BAZAR CHINÊS

Quanto à economia russa, o financeiro Kommersant vem cobrindo os esforços para manter ativos os negócios de empresas americanas e europeias que deixam o país –e também as operações financeiras, no caso, apelando para instituições chinesas.

Segundo o WSJ, as “sanções ocidentais” terão menos efeito “se a China oferecer seu bazar” de ferramentas financeiras, usadas com países como o Irã.

COMPRANDO RÚSSIA

O WSJ também destacou no alto da home que “Investidores [americanos] começam a comprar títulos da Rússia”, projetando que “eles vão se recuperar se a guerra chegar a um fim“.

Fim que o NYT, por outro lado, citando diplomata, projeta como “o novo mundo da desordem, se a Rússia tomar a maior parte da Ucrânia e Putin ainda estiver no poder de uma economia russa em grande parte estável”.

Um movimento da comunidade chinesa derrubou autoridades democratas, em San Francisco, e acordou a imprensa dos dois lados para sua força eleitoral.

New York Post, primeiro, e em seguida o NYT, este até com análises eleitorais, passaram a destacar os protestos de Chinatown (acima) contra a “onda de ataques” racistas.

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