Carros mais caros da BMW no Brasil se dividem entre gasolina e eletricidade; veja teste

Os carros mais caros da BMW no Brasil só estão próximos na tabela de preços. Há um oceano de gasolina separando o esportivo X6M Competition (R$ 1,07 milhão) do elétrico iX50 (R$ 861 mil). Ambos passaram pelo teste Folha-Mauá.

O iX chegou primeiro. Seu propósito é ser uma vitrine tecnológica, o que nem sempre agrada. Tudo é estranho no primeiro contato, a começar pelo console central, com alguns poucos botões de cristal instalados sobre uma lâmina de madeira.

Ao se acostumar com o ambiente, as coisas melhoram. É até fácil se entender com o carro, embora a ausência de comandos físicos dificulte operações simples como aumentar a velocidade do ar-condicionado. E ainda há a possibilidade de acionar a central multimídia por gestos. Não tem muita utilidade, mas diverte.

Superadas as peculiaridades tecnológicas, chega a hora de colocar o carro em movimento. O torque imediato dos elétricos ainda impressiona, principalmente em um SUV com 523 cv de potência divididos em dois motores. A aceleração, porém, não é o principal destaque do carro. Seu foco está no luxo.

BMW IX50

Preço: R$ 861 mil
Motores: elétricos, instalados na dianteira e na traseira
Potência: 272 cv no motor dianteiro, 340 cv no traseiro (523 cv combinados)
Torque combinado: 78 kgfm a partir de zero rpm
Transmissão: câmbio automático, marcha única; tração integral
Pneus: 275/40 R22
Peso: 2.585 kg
Porta-malas: 500 litros
Comprimento: 4,95 m
Largura: 1,98 m
Altura: 1,70 m
Entre-eixos: 3,0 m
Aceleração (0 a 100 km/h): 4,8s
Retomada (80 km/h a 120 km/h): 2,8s
Frenagem (80 km/h a 0): 33,8 m
Consumo urbano: 18,9 kW/100 km
Consumo rodoviário: 21,3 kW/100 km

Carros elétricos como o iX50 vão revolucionar o segmento habitado pelos automóveis mais sofisticados do planeta. Ao remover o motor a combustão, ruídos e vibrações são eliminados sem a necessidade de quilos e mais quilos de isolamento acústico.

O pacote de baterias permite ir longe no trânsito urbano. Segundo os dados aferidos pelo Instituto Mauá de Tecnologia, é possível rodar 580 km na cidade com uma carga completa.

O jipão de 2.585 quilos se move sem emitir sons nem para dentro, nem para fora. Para quebrar o silêncio, há 30 alto-falantes –alguns são instalados dentro dos bancos, o que faz a experiência ao volante parecer um cinema com poltronas que vibram.

O teto de vidro fica translúcido ao toque de um botão, reduzindo a entrada de luminosidade na cabine.

Os bancos dianteiros são macios e não tem muito apoio lateral, como convém a um SUV com vocação para ser limusine. Também não se deve esperar um comportamento muito aguerrido nas curvas. Embora seja rápido, o iX50 gosta mesmo é de estradas retas. Quer mais esportividade por metro quadrado? A opção é o X6M Competition.

É o velho mundo, porém modernizado. O motor V8 biturbo é barulhento e oferece 625 cv de potência. O banco de espuma rígida abraça o motorista e tem regulagens elétricas até das abas.

Tudo beira os limites do exagero, a começar pela aceleração do zero aos 100 km/h em quatro segundos. Com tanta força disponível, o consumo não é dos melhores. A média na estrada, a 90 km/h e com o ar-condicionado desligado, ficou em 11,2 km/l.

BMW X6M COMPETITION

Preço: R$ 1,07 milhão
Motor: dianteiro, longitudinal, a gasolina, 4.4 V8 turbo
Potência: 625 cv a 6.000 rpm
Torque: 76,5 kgfm a 1.800 rpm
Transmissão: câmbio automático, oito marchas; tração integral
Pneus: 295/35 R21 na dianteira, 315/30 R22 na traseira
Peso: 2.320 kg
Porta-malas: 580 litros
Comprimento: 4,94 m
Largura: 2,02 m
Altura: 1,69 m
Entre-eixos: 2,97 m
Aceleração (0 a 100 km/h): 4,0s
Retomada (80 km/h a 120 km/h): 2,6s
Frenagem: (80 km/h a 0): 34,7 m
Consumo urbano: 5,8 km/l
Consumo rodoviário: 11,2 km/l

Seu comportamento na pista surpreende pela estabilidade. Não se espera que um carro tão grande faça curvas tão bem. Esse é o resultado de muita eletrônica e de suspensões desenvolvidas sem economias, como mostra o preço final acima de R$ 1 milhão.

Não há motivos racionais que justifiquem a compra. O X6M é puramente emocional, e um dos últimos de sua geração. Carros desse porte e com motores apenas a gasolina começam a desaparecer do mercado europeu. E até esse jipão superesportivo se rendeu à eletrificação.

A linha 2024 recebeu um sistema híbrido leve para reduzir as emissões, e a potência foi mantida. Essa opção deve chegar ao Brasil no fim deste ano.

Com legislações antipoluição cada vez mais restritivas, o futuro dos carros premium pertence a modelos como o iX50. O ronco do V8 vai deixar saudades, mas as montadoras trabalham para manter a emoção ao volante.