Bolsa sobe apoiada pelos EUA mesmo após dados fracos sobre economia da China e do Brasil

Números vieram piores que o esperado e indicam desaceleração econômica em ambos os país

SÃO PAULO

A Bolsa brasileira operava em alta nesta segunda-feira (17) apoiada pelo mercado dos Estados Unidos, mesmo após a divulgação de dados sobre o crescimento econômico da China e do Brasil, que indicaram desaceleração em ambos os países.

Já o dólar começou o dia em forte alta, mas desacelerou os ganhos ao longo da sessão, com investidores repercutindo os dados da China enquanto seguem à espera das próximas decisões de política monetária de bancos centrais globais.

Às 15h20, o Ibovespa tinha alta de 0,23%, aos 117.987 pontos, enquanto o dólar subia 0,14%, cotado a R$ 4,802.

Nesta segunda-feira, o Departamento Nacional de Estatísticas da China divulgou que o PIB (Produto Interno Bruto do País) do país cresceu 6,3% no segundo trimestre deste ano, acelerando de 4,5% nos primeiros três meses de 2023, mas ficando abaixo da expectativa de crescimento de 7,3%.

Os números apontam que a recuperação recuperação econômica chinesa está enfraquecida, com as exportações caindo ao ritmo mais lento em três anos devido à demanda desacelerada no mercado interno e externo, além de uma queda prolongada no mercado imobiliário, o que aumenta as expectativas de que os formuladores de políticas precisarão fazer mais para fortalecer a segunda maior economia do mundo.

“Os mercados estão ensaiando um começo de semana mais negativo, à medida que as preocupações com a economia lenta da China crescem”, disse equipe da Guide Investimentos em nota a clientes.

No Brasil, o Banco Central (BC) divulgou que seu IBC-Br (Índice de Atividade Econômica) recuou 2,0% em maio em relação ao mês anterior, registrando o pior resultado em pouco mais de dois anos, sob os efeitos da escalada de juros promovida pela autoridade monetária.

Nesse cenário, o Ibovespa abriu em queda e chegou a operar abaixo dos 116 mil pontos na mínima do dia, mas desacelerou as perdas ao longo da sessão e passou a registrar alta, apoiada principalmente pelo mercado americano.

Os principais índices de ações dos Estados Unidos operavam em alta com expectativa sobre a divulgação de balanços corporativos trimestrais de grandes empresas do país ao longo da semana, como Tesla, Bank of America, Morgan Stanley e Netflix.

Com isso, o S&P 500, o Dow Jones e o Nasdaq subiam 0,35%, 0,18% e 0,87%, respectivamente.

No Brasil, o Ibovespa era apoiado principalmente por altas das ações ordinárias da Petrobras (0,15%) e dos papéis da Renner (0,84%), que eram as únicas a registrar alta entre as mais negociadas da sessão.

Na outra ponta, o índice sofria pressão de uma forte queda de 1,10% nas ações da Vale, impactadas pelo recuo do minério de ferro no exterior após a divulgação dos dados sobre a economia chinesa.

Já os mercados futuros registravam queda e também davam fôlego às negociações brasileiras. Os contratos de juros com vencimento em janeiro de 2024 iam de 12,84% para 12,79%, enquanto os para 2025 saíam de 10,89% para 10,78%.

No câmbio, o dólar tinha alta ante o real enquanto apresentava estabilidade frente a outras moedas fortes no exterior. Operadores seguem na expectativa pela reunião de política monetária do Federal Reserve do final deste mês, depois que sinais de arrefecimento da inflação nos Estados Unidos reduziram temores sobre a postura do banco central.

“Acreditamos que o Fed irá subir a taxa de juros em julho; no entanto, outro aumento depois disso dependerá dos indicadores relativos à inflação e à atividade econômica, embora seja improvável no momento”, disse Eduardo Moutinho, analista de mercado da Ebury.

“Com o ciclo de aumentos do Fed chegando ao fim, o cenário torna-se mais favorável para a nossa opinião de que as moedas dos mercados emergentes ainda tenham potencial significativo de valorização.”

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