Bolsa registra alta e dólar cai com alívio de temores sobre a China

Mercado aguarda divulgação de dados de inflação dos EUA nesta semana

A Bolsa brasileira operava em alta no início da tarde desta segunda-feira (11), enquanto o dólar registrava forte queda, em meio a otimismo no exterior. A divulgação de dados positivos e a adoção de novos estímulos econômicos na China, que aliviaram temores sobre a desaceleração da segunda maior economia do mundo, colaboram para o ambiente positivo para ativos de risco globais.

No sábado (9), dados do governo chinês mostraram que a inflação do país voltou a subir em agosto, o que indica aquecimento da economia. Além disso, novos empréstimos bancários quase quadruplicaram no período e superaram as expectativas do mercado.

Nesta semana, o mercado aguarda, ainda, a divulgação de dados de inflação dos Estados Unidos, buscando alinhar as apostas sobre a próxima decisão de juros do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), que ocorre na próxima quarta. A maior parte dos investidores acredita numa manutenção dos juros no patamar atual, de 5,50%, mas novas altas neste ano ainda não estão descartadas.

Na Europa, os índices acionários também se recuperavam e atingiam máximas de uma semana, impulsionados justamente pelo alívio sobre a China. Nesta semana, o BCE (Banco Central Europeu) deve divulgar sua decisão de juros para a zona do euro e está no foco dos investidores da região.

Na China, além da divulgação de dados positivos, o banco central também está aumentando o controle sobre compras de montantes elevados de dólares por empresas nacionais, em um momento no qual o iuan tem enfrentado pressão crescente de depreciação.

Na visão da equipe da mesa de renda variável da XP Inc, os sinais de melhora da economia chinesa tendem a ajudar no humor local, dando fôlego ao Ibovespa.

Os analistas também ressaltaram em nota a clientes que o mercado aguarda a divulgação do IPCA na terça-feira, que eles calculam que deve reforçar a ideia de corte de 0,50 ponto percentual na Selic e reduzir “apostas de que o Copom [Comitê de Política Monetária] possa ser mais agressivo no afrouxamento monetário nas reuniões seguintes”.

Sobre a inflação do Brasil, o boletim Focus desta segunda mostrou que analistas elevaram as previsões para o IPCA no fim deste ano. Agora, os economistas consultados pelo BC esperam que o índice termine 2023 em 4,93%, ante 4,92% no levantamento anterior.

Houve aumento de 0,01 ponto percentual também para 2024, indo de 3,88% para 3,89%. Para 2025 e 2026 a inflação é estimada em 3,50%, sem alterações.

Já nos EUA, as preocupações com a inflação dominam a semana. O país divulga na quarta (13) seu índice de preços ao consumidor, que deve dar mais clareza sobre os próximos passos da política monetária do país.

Apesar de uma manutenção da taxa de juros na próxima reunião do Fed já ser praticamente unanimidade no mercado, ainda há receios sobre possíveis aumentos no encontro posterior.

Segundo a ferramenta FedWatch, do CME Group, analistas veem 56,5% de chance de os juros americanos ficarem em 5,50% em novembro, ante 40,8% de probabilidade de uma alta nas taxas do Fed.

Para o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, mesmo com o aumento das apostas de mais aperto monetário, o banco central americano deve manter as taxas de juros inalteradas neste ano.

“A despeito das preocupações que alguns agentes vêm externando sobre repiques inflacionários nos EUA, a sinalização de membros do Fed aponta para uma interrupção do ciclo de altas, principalmente com alguns sinais de melhor robustez do mercado de trabalho”, afirma Sanchez.

À espera dos dados de inflação, os principais índices acionários dos EUA registravam alta, apoiados principalmente pela Tesla, que recebeu uma elevação de recomendação de compra pelo Morgan Stanley. O banco afirma que o supercomputador Dojo da fabricante de veículos elétricos pode aumentar o valor de mercado da empresa em quase US$ 600 bilhões.

No Brasil, o dia também era positivo para a Bolsa, com forte apoio do exterior em dia de agenda de indicadores esvaziada.

A principal alta do dia era da Vale, que subia 1,87% apoiada justamente pelas notícias positivas sobre a China, que garantiram um dia positivo para os contratos de minério de ferro no exterior.

Os preços do petróleo também subiam e beneficiavam as ações da Petrobras, que avançavam 0,20%. Altas de Itaú (1,38%), Vibra (0,24%) e Suzano (1,98%) completavam a lista de mais negociadas da sessão.

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