Bolsa dispara e dólar cai a R$ 4,89 após dados fracos de emprego nos EUA

Números sinalizam desaquecimento da economia americana e endossam aposta de pausa nos juros

A Bolsa brasileira registrava alta de mais de 2% no início das negociações desta sexta-feira (3), acompanhando os índices americanos, enquanto o dólar operava abaixo dos R$ 4,90, após a divulgação de dados de emprego mais fracos que o esperado nos Estados Unidos.

Segundo o Departamento de Comércio dos EUA, a abertura de vagas fora do setor agrícola do país subiu para 150 mil postos em outubro, ante 180 mil esperados por economistas consultados pela Reuters. Além disso, os números de setembro foram revisados para baixo, de 336 mil para 297 mil vagas criadas.

Os novos dados deram alívio a investidores, que ainda temem uma possível nova alta nos juros americanos neste ano. Com sinais de desaceleração da economia, a tendência é que o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) avalie que um novo aperto monetário não será necessário.

“Os investidores interpretarão o fraco relatório de emprego de hoje como um sinal de que a demanda no mercado de trabalho está diminuindo”, disse Richard Flynn, diretor-gerente da Charles Schwab UK.

“Para os banqueiros centrais, um mercado de trabalho mais flexível é outra razão para evitar novos aumentos das taxas de juro —algo que os investidores podem ver como uma fresta de esperança.”

A Bolsa também era apoiada por um movimento de correção da véspera, quando não houve atividade no Brasil por conta do feriado de Finados.

Às 10h42, o Ibovespa subia 2,15%, aos 117.528 pontos, enquanto o dólar recuava 1,64%, cotado a R$ 4,888.

Painel eletrônico de índices de mercado na B3, a Bolsa brasileira, em São Paulo – Paulo Whitaker – 7.jan.2016/Reuters

Na quarta (1°), o Federal Reserve (banco central americano) manteve os juros dos EUA na faixa entre 5,25% e 5,50%, o que apoiou os ativos de risco globais. Os principais índices acionários americanos fecharam em alta, e a Bolsa brasileira subiu 1,68%, aos 115.052 pontos.

No câmbio, o dólar registrou forte queda ante o real, pressionado justamente pelos juros americanos. Após o anúncio da decisão do Fed, os rendimentos dos títulos americanos, os chamados “treasuries”, caíram para 4,76%.

Quedas nos rendimentos dos títulos costumam pesar contra o dólar e favorecer a renda variável pois diminuem a atratividade da renda fixa americana, o que faz com que investidores aloquem seus recursos em ativos de maior risco, como o mercado de ações e países emergentes.

Além disso, novos dados de emprego nos EUA foram divulgados pela manhã e vieram abaixo das previsões do mercado, o que também pressionou o dólar. O Relatório Nacional de Emprego da ADP mostrou que o setor privado americano criou 113 mil postos de trabalho em outubro, abaixo da expectativa de 150 mil.

Com isso, a moeda americana recuou 1,38%, cotada a R$ 4,970.

Com Reuters

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