Aumento de larvas de Aedes aegypti encontradas em pneus é sinal de alerta

Jornal ABC do ABC – data: 12/04/2023 17:03 / Autor: Renata Nascimento / Fonte: PMD – Crédito: Dino Santos
Um grande desafio a ser enfrentado por Diadema no combate à dengue é o recente aumento da presença de larvas de Aedes aegypti encontradas em pneus. Na avaliação da coordenadora do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Diadema, Nanci do Carmo, “esse crescimento indica que, nos últimos anos, houve um relaxamento da população em relação aos cuidados com esse material”. Na reunião de fevereiro do Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE) VII, a divisão do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) do Estado de São Paulo que abrange os municípios do Grande ABC, essa tendência também se mostrou presente em outras cidades. Considerando o mesmo período no ano passado, Diadema percebeu um aumento de 20% da positividade em pneus, sendo de 98% de aumento em todo o Estado, de acordo com dados do GVE.Além do pneu, os principais criadouros encontrados foram pratinhos de vasos de plantas, recipientes plásticos esquecidos no quintal e material de obra/construção acumulado, principalmente em latas de tinta que, apesar de parecerem sujas, com o tempo, ocorre a decantação e se forma uma lamina de água limpa o suficiente na superfície para a sobrevivência das larvas.Todo e qualquer objeto que possa acumular água pode se tornar um criadouro do mosquito e deve ser eliminado.

Aedes aegypti é preto com listras brancas no corpo. O ciclo do mosquito, da colocação do ovo até a fase adulta, dura entre sete e 12 dias, em média, sendo mais rápido durante o verão.  Quando está adulto, o tempo de vida dele pode variar de 45 a 60 dias. Apenas as fêmeas precisam de sangue para maturar os ovos, e é durante essa alimentação que ela pode se infectar com o vírus de alguma arbovirose, caso ela pique uma pessoa em “viremia” (estagio da doença onde há a circulação de partículas virais no sangue).

Índice

O Índice de Densidade Larvária (ADL) é usado pelo Ministério da Saúde (MS) para mensurar o nível de infestação de larvas do mosquito em um município e é feito quatro vezes ao ano, a cada três meses. A taxa varia de zero a quatro e quanto mais próximo do zero, menor é a população estimada de mosquitos adultos na época do levantamento, e consequentemente menores a chance de transmissão de arboviroses na população.

O primeiro ADL do ano em Diadema, realizado no mês de janeiro, resultou em 0,3, considerado satisfatório, segundo dados da Secretaria Municipal da Saúde (SMS). Ele indica que não há risco iminente de um surto da principal arbovirose transmitida pelo mosquito, a Dengue.

Durante os primeiros anos de 2000, Diadema recebeu a classificação de “município infestado” pelo A. aegypti , quando foram detectadas larvas de A. aegypti por toda a cidade. Desde então as ações de vigilância visam o controle populacional do mosquito para que não ocorram epidemias de arboviroses. E para isso, a participação da população é de extrema importância, “a colaboração de todos é indispensável para conseguirmos vencer essa batalha, dedicar 10 minutos do dia para checar a sua casa e/ou quintal a procura de potenciais criadouros fazem uma diferença enorme”, diz a coordenadora da Dengue, Mariza Fidelis.

Alerta

As ações de prevenção e combate foram intensificadas na semana dos dias 20 a 25 de março, seguindo calendário da Secretaria do Estado da Saúde, que promove a Semana Estadual de Mobilização Social para Combate às Arbovirores em conjunto com os municípios.

Ao apresentar febre e dois ou mais dos seguintes sintomas como dores musculares e nos olhos, falta de apetite, dor de cabeça, enjoo, vômito, dor nas articulações e manchas vermelhas no corpo, a pessoa deve procurar atendimento médico nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou Pronto Atendimento.

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