Arcabouço desobriga governo de bloquear recursos para atingir meta

Executivo diz que necessidade de contingenciamento continua presente por previsão de menor expansão de despesas em caso de desequilíbrio

Fábio PupoNathalia Garcia BRASÍLIA

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) inseriu em sua proposta de novo arcabouço fiscal uma flexibilização da necessidade de bloquear recursos durante o ano para cumprir a meta de superávit fiscal.

Hoje, a legislação determina que o governo precisa elaborar relatórios bimestrais de avaliação de receitas e despesas prevendo se os números estão compatíveis com o objetivo a ser perseguido no ano. Caso os dados mostrem uma potencial frustração, os números precisam ser contingenciados.

A legislação atual inclusive prevê o risco de penalidade para os agentes públicos se eles não promoverem o bloqueio de verba em caso de necessidade. Na proposta do governo, essa mudança na limitação de recursos passa a ser opcional.

A visão de integrantes do governo é que a necessidade de bloqueio de recursos vai estar presente de qualquer forma porque, caso o resultado fique desequilibrado, a penalidade virá em forma de menor expansão de despesas no ano seguinte.

Além disso, a própria previsão de dados desequilibrados poderia causar um dano à reputação do governo –o que forçaria o Executivo a tomar as medidas de ajuste necessárias.

O governo também propõe a mudança da periodicidade de verificação dos números. De bimestral, o relatório de avaliação de receitas e despesas passaria a ser trimestral (ao final dos meses de março, junho e setembro).

De acordo com texto, se verificado nesses momentos do ano que a estimativa de receitas ou despesas poderá não comportar o cumprimento da meta, Executivo, Legislativo e Judiciário, além do o Ministério Público da União e da Defensoria Pública da União, “poderão” –e não deverão– promover a alteração dos limites de empenho.

Ao fazer essa mudança, os montantes máximos previstos para o ano não poderão ser ampliados.

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