Após queda firme, juros futuros curtos tendem a se ajustar em alta devido ao Copom

Folha de São Paulo – 8h5414.dez

Depois de as taxas dos contratos futuros de juros terem fechado a quarta-feira (13) com quedas firmes, refletindo a decisão de política monetária do Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA) de manter a taxa de juros entre 5,25% e 5,5%, a tendência é que passem por ajustes de alta nesta quinta-feira (14), na esteira do comunicado do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, avaliaram profissionais ouvidos pela Reuters.

O Fed manteve na tarde de quarta-feira sua taxa básica na faixa de 5,25% a 5,50%, mas projetou cortes de juros de 75 pontos-base em 2024 –mais do que o previsto anteriormente– e inflação na meta de 2% em 2026. A postura foi considerada mais branda do que em reuniões anteriores, o que levou as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) a cederem mais de 15 pontos-base em alguns vencimentos.

Horas depois, o BC do Brasil anunciou nova redução de 0,50 ponto percentual na Selic, o que levou a taxa básica de juros para 11,75% ao ano.

Além de cortar a Selic, o Copom repetiu em comunicado que antevê redução de mesma magnitude da taxa básica “nas próximas reuniões” –ou seja, pelo menos em janeiro e março do próximo ano. Para a economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Natalie Victal, a decisão mostra que o Copom vê o “corte como adequado, o que o torna mais hawkish (duro)”, avaliou.

De acordo com Victal, a tendência é de que haja algum ajuste de alta das taxas futuras de juros de curto prazo no Brasil. Esta também é a avaliação do economista-chefe do banco Bmg, Flavio Serrano, que projeta ajustes em especial nos contratos futuros para janeiro de 2025 e janeiro de 2026.

Getty Images via AFP
Economistas acreditam que juros futuros curtos tendem a subir no Brasil
Economistas acreditam que juros futuros curtos tendem a subir no Brasil

“Pensando só pela comunicação do Copom, e dado o movimento (de queda de taxas dos DIs) hoje (quarta-feira), esperaria uma correção para cima (dos juros futuros)”, disse Serrano, pontuando que as taxas de janeiro 2025 e janeiro 2026 tendem a subir um pouco.

Entre os contratos com prazos mais longos, o movimento tende a ser ditado novamente pelo exterior, como vem ocorrendo.

De acordo com Serrano, ao manter a expressão “próximas reuniões” para se referir ao futuro do ciclo, o BC reforçou a mensagem de que o ritmo de cortes a ser mantido é o de 50 pontos-base.

Para Caio Schettino, head de alocações da Criteria, tanto a decisão do Fed quanto a do BC brasileiro vieram dentro do esperado.

“Eu não via muito sentido tanto o Fed quanto o BC fugirem muito do que vinha sendo precificado. No Brasil, já havíamos precificado dois cortes de meio ponto percentual nas duas próximas reuniões e, com o mercado e o BC alinhados, não havia por que romper isso”, avaliou Schettino.

(Reuters)

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