Transporte de cargas quer manter alíquota zero para pneu importado
Acordo que permite tarifa zero termina em 31 de dezembro
Jornal do Comércio – Porto Alegre, terça-feira, 14 de dezembro de 2021.
Os atrasos sistemáticos no fornecimento de pneus para revendedores, montadoras de caminhões e de implementos rodoviários geram descompassos nas linhas de montagem e prejuízos, prejudicando também caminhoneiros que encontram dificuldade para a compra de algumas medidas de pneus de reposição.
O governo federal deu um alívio temporário neste cenário de demanda maior do que oferta e de alta de preços ao zerar o imposto de importação (II) para cinco medidas de pneus de caminhão, no início deste ano.
Acontece que o acordo que permitiu zerar o imposto vence agora no dia 31 de dezembro, e se não for renovado, a tendência é a inviabilização da importação sobrecarregando ainda mais a indústria nacional e o cenário de alta de preços e de falta do produto.
A Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum (Letec) determina a aplicação de um percentual diferenciado para o Imposto de Importação em relação à alíquota vigente no âmbito do Mercosul. Atualmente o Brasil está autorizado a manter até 31.12.2021 uma lista de 100 códigos (produtos) com exceções à Tarifa Externa Comum (TEC).
A Lista de Exceções tem vigência prevista até 31 de dezembro de 2021 e pode ser alterada em até 20 códigos a cada seis meses. Estas exceções temporárias podem contemplar alíquotas inferiores ou superiores às da TEC, desde que não ultrapassem os níveis tarifários consolidados na OMC.
Em atenção ao apelo de vários setores em decorrência dos efeitos da pandemia, o Secretário de Comércio Exterior, Lucas Ferraz, afirmou recentemente em evento para importadores que espera obter consenso junto aos demais países do Mercosul para prorrogar a vigência da Letec pelo menos por mais seis meses.
No fim de 2020, a entidade alertou imprensa e autoridades sobre a disparada do preço do frete internacional para patamares jamais alcançados e mostrou os reflexos na alta de preços ao consumidor, além da falta de pneus no mercado.
Agora, a Abidip está mobilizando novamente os setores afetados para mostrar que o problema ainda não foi resolvido e, portanto, a alíquota zero do imposto de importação ao menos para os pneus de carga precisaria ser mantida. “O preço do frete não recuou, os pneus continuam mais caros no Brasil do que no resto do mundo”, alerta a entidade.
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