“Fabricantes de pneus do Sri Lanka querem exportar para o Brasil”, relatou a embaixada do país à Abidip

Na última quarta-feira (19) aconteceu uma reunião por teleconferência entre a diretoria da Abidip e a embaixada do Sri Lanka no Brasil. Pela Abidip, participaram o presidente da associação, Ricardo Alípio e os membros do Conselho, Antônio Araújo, Anderson Heiderscheidt, Andrey Leandro e Gustavo Locks de Pauli, e pelo Sri Lanka a primeira secretária da Divisão Comercial da Embaixada, Sra. Chathurika.

A reunião foi a pedido da embaixada com o objetivo de organizar rodadas de negociações entre as indústrias do Sri Lanka e os importadores da Abidip.  De acordo com a primeira secretária, o encontro foi agendado porque os países da América Latina são grandes importadores e constituem um mercado em ascensão. Ao final da reunião ela enviou uma lista com o perfil das empresas interessadas no comércio com o Brasil.

Chathurika fez uma apresentação sobre a importância da indústria da borracha para o seu país. “A borracha do Sri Lanka é extremamente sustentável e o país é um dos maiores produtores e exportadores de borracha sólida do mundo, mas também produz derivados, como tênis, luvas, roupas, pisos e pneus”.

O presidente da Abidip Ricardo Alípio agradeceu a apresentação, disse que a associação é composta por 40 empresas importadoras que juntas respondem por cerca de 60% dos pneumáticos importados e vendidos no Brasil. Ele lembrou que a Abidip está representada em todo o território nacional com centros de distribuição e revendas dos associados em todos os estados brasileiros.

“O Brasil é um país de dimensões continentais, absolutamente dependente do modal rodoviário. Nossa malha ferroviária é muito pequena então todo o escoamento de safra, transporte de cargas e de passageiros é feito por rodovias, ficando absolutamente dependente de pneus”

Alípio também disse que internamente existe um lobby muito forte das indústrias `nacionais` contra os importadores de pneus. “Então estamos constantemente nos defendendo”, afirmou o presidente.

Os membros da Abidip questionaram se o Sri Lanka era signatário da Organização Mundial do Comércio (OMC), o que foi confirmado pela representante comercial. Chathurika também disse que o país não sofre com medidas antidumping por parte do Brasil.

Apresentação da embaixada

Segundo dados apresentados pela embaixada, a história da extração da borracha no Sri Lanka iniciou 1876 e o desenvolvimento da indústria do setor foi a partir de 1950. Hoje a produção de borracha exerce papel central na economia do país, com 70% da produção absorvida pela própria indústria local. Várias multinacionais compram a borracha do país, que é de alta qualidade e boa parte extraída de maneira sustentável. A indústria de borracha do Sri Lanka tem certificação ISO e atende cerca de 25% da produção global de pneus. O país é signatário da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e não usa mão de obra chinesa da produção.

Os principais destinos dos produtos à base de borracha produzidos no país são: Estados Unidos, França, Índia, Alemanha, Canadá, Brasil,  Bélgica, Reino Unido, Austrália e Itália.

A borracha sintética do Sri Lanka é exportada para Malásia, Reino Unido, Maldivas, Bangladesh, Índia, China, Portugal, Quênia, Itália e Coréia do Sul.

“O país exporta para vários países do mundo e está pronto para atender diferentes legislações e demandas. Como já tem uma relação comercial com o Brasil, o comércio entre os dois países fica ainda mais facilitado”, finalizou a representante da embaixada do Sri Lanka.

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