Por que a situação atual da China importa para o investidor

A repressão regulatória na China levou o SoftBank a interromper seus investimentos no país asiático

Estadão – 12/08/2021, 15:21 ( atualizada: 12/08/2021, 15:26 – LUIZ FELIPE SIMÕES – luiz.correa.lipecah@estadao.com

Na semana do dia 26 a 30 de julho, os principais índices do mundo, S&P 500, Dow Jones, Ibovespa, Hang Seng, Nikkei e CSI 300 fecharam o período em queda, com exceção do FTSE 100 de Londres

No dia 24 de julho, as autoridades de Pequim divulgaram regras que obrigam serviços de tutoria escolar a operarem sem fins lucrativos, também as proibindo de levantar fundos nas bolsas de valores, com o intuito de lidar com os crescentes custos educacionais na China
Segundo Rodrigo Knudsen, gestor da Vitreo, tudo começou com o IPO do Ant Group, que foi cancelado pelos reguladores chineses. O gestor pensou que as intervenções ficariam só nesse caso, tendo em vista que a empresa tinha a ver com o sistema financeiro

A repressão regulatória na China vem gerando preocupações em todo o mundo nas últimas semanas e diversos setores, como o de tecnologia e o de educação, foram impactados. O cerco regulatório foi tão grande que levou o SoftBank, um dos maiores players globais de investimentos e tecnologia, a interromper seus investimentos no país asiático.

Como a pseudo-Cuba engoliu Cuba
Em entrevista coletiva na terça-feira (10), o presidente executivo do grupo, Masayoshi Son, informou que os investimentos da companhia serão interrompidos enquanto o SoftBank espera a ação regulatória contra as empresas de tecnologia chinesas.

“Até que a situação fique mais clara, queremos esperar para ver. Em um ou dois anos, acredito que novas regras criarão uma situação diferente”, disse Son.\

As investidas das autoridades de Pequim não são nenhuma novidade, tendo em vista que o estado chinês tem muito mais influência na economia do que os países do Ocidente. Desde a tentativa frustrada do IPO da Ant Group, braço financeiro do Alibaba, os reguladores estão com um apetite mais voraz. O episódio mais recente é o caso das empresas de educação no país.

Reguladores miram empresas de educação
No dia 26 de julho, a regulação foi agravada com a decisão das autoridades chinesas de proibir plataformas ligadas à educação de abrir capital na bolsa de valores, obter lucro ou captar fundos. O país alega que o objetivo é controlar os custos do setor e tornar a educação mais acessível.

O endurecimento nas regras colocou o mercado em alerta, já que há bilhões de dólares investidos em um setor que havia decolado nos últimos anos. Larry Chen, fundador e CEO da Gaotu Techedu, por exemplo, viu o seu patrimônio encolher mais de US$ 15 bilhões diante da revisão regulatória. Segundo dados da Bloomberg, as ações da empresa de aulas particulares caíram cerca 69% nas negociações após o anúncio.

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