Produção da indústria do Brasil cai mais do que o esperado em julho

Folha de São Paulo – 10h134.set

A indústria brasileira iniciou o segundo semestre com queda na produção de 1,4% em julho na comparação com o mês anterior, de acordo com dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), nesta quarta-feira (4). É o quarto mês negativo no ano e frustra a recuperação observada em junho, quando o índice subiu 4,3% em virtude da retomada das atividades no Rio Grande do Sul.

A expectativa de economistas ouvidos pela Reuters era que a produção industrial caísse 0,9% no mês. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, os dados divulgados mostraram avanço de 6,1%. Os resultados deixam a indústria 1,4% acima do nível pré-pandemia, de fevereiro de 2020, mas 15,5% aquém do ponto mais alto da série histórica, de maio de 2011.

“Grande parte do recuo registrado neste mês tem relação com o avanço expressivo visto no mês anterior, mas também se observa que importantes plantas industriais realizaram paralisações no seu processo produtivo”, comentou André Macedo, gerente da PIM Brasil. Ele lembrou que o resultado de junho foi influenciado pelo retorno à produção de unidades afetadas pelas chuvas que devastaram o Rio Grande do Sul neste ano.

Reuters
Produção industrial recua 1,4% em julho na comparação com o mês anterior
Produção industrial recua 1,4% em julho na comparação com o mês anterior

O IBGE destacou que em julho os resultados negativos ficaram centrados em sete dos 25 ramos industriais pesquisados, mas que foram atividades com relativa importância na estrutura industrial. Os destaques negativos foram produtos alimentícios (-3,8%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,9%), indústrias extrativas (-2,4%) e celulose, papel e produtos de papel (-3,2%).

“Houve queda na produção de açúcar, impactada pelos efeitos da seca no Centro-Sul do país, de carnes de bovinos e de produtos derivados da soja. Esses itens foram os que mais contribuíram negativamente neste mês”, disse Macedo.

Em relação às grandes categorias econômicas, o setor de bens de consumo apresentou recuo de 2,5% na produção em julho em relação a junho, enquanto os bens intermediários tiveram queda de 0,3%. Por outro lado, a fabricação de bens de capital apresentou ganhos de 2,5%.

(Reuters)

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