Pneus podem ficar até 25% mais caros. Entenda o porquê.

Governo federal cogita aumentar a alíquota de importação de 16% para 35%

O Liberal – Amanda Engelke –

A ANIP afirma que os pneus importados estão abaixo do custo de produção no Brasil, prejudicando a indústria nacional. Em posicionamento divulgado em junho deste ano, Klaus Curt Müller, presidente da ANIP, defendeu que “a concorrência desleal ameaça empregos, investimentos e desorganiza a cadeia produtiva, impactando também produtores de borracha, têxteis, produtos químicos e aço”.

De acordo com dados apresentados pela ANIP, as vendas de pneus nacionais diminuíram 18% entre 2017 e 2023, enquanto as importações cresceram 117% no mesmo período. Além disso, Klaus Curt Müller pontou que a entrada indiscriminada de pneus importados já está impactando o setor, com 2,5 mil trabalhadores enfrentando suspensão ou redução de jornada.

ABIDIP estima aumento de preços de 16% a 25% para consumidor

Por outro lado, a ABIDIP critica a proposta da ANIP, alertando que o aumento da alíquota de importação elevará os preços dos pneus. Ricardo Alípio da Costa, presidente da ABIDIP, estima que a medida pode resultar em aumento para o consumidor final, que deve girar em torno de 16% para pneus de passeio e 25% para pneus de caminhão, além de impactar o custo do transporte rodoviário de cargas no Brasil.

Além disso, argumenta-se que o aumento da tarifa beneficiaria “apenas um pequeno grupo de fabricantes nacionais”, em detrimento de uma ampla rede de importadores e distribuidores. Costa diz que “os defensores do aumento alegam que a concorrência é desleal, mas, uma análise mais profunda mostra que isso se traduz em um confronto entre as indústrias modernas e eficientes, e um setor nacional antiquado e sucateado”.

“Aumento resultará em queda nas vendas”, diz lojista

Belmiro Vianez, diretor comercial de uma rede de 12 lojas de pneus no Norte, sendo três no Pará, vê o debate com preocupação e acredita que o aumento resultará em queda nas vendas. Ele destaca que no Pará a maior parte das vendas é de pneus nacionais, enquanto no Amazonas, por ser “zona franca”, predominam os importados. Segundo ele, a diferença de preço é de 10% a 15% para pneus de passeio e de 10% a 12% para pneus de carga.

“Estamos bem preocupados com o que vai acontecer. Qualquer aumento vai impactar fortemente o consumidor final. A indústria brasileira tem suas razões, pois a carga tributária é muito elevada. Eles reclamam das cargas tributárias menores para os importados. A questão é que não deveríamos pedir aumento de preço, mas pleitear a redução da carga tributária. Esse é o ponto de conflito”, opina Belmiro.

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