China promete ‘lutar decididamente’ contra tarifas de Trump, diz mídia estatal
‘EUA precisam pagar por suas ações’, comenta CCTV, sobre contramedidas chinesas em reação às dos EUA
Folha de São Paulo – 11.fev.2025 às 8h28
No primeiro comentário oficial após a implementação das “contramedidas tarifárias da China aos Estados Unidos”, um perfil de mídia social da rede estatal CCTV, usado para reações sobre temas econômicos e geopolíticos, destacou que elas mostram que o país vai “lutar decididamente!”.
Foi o título com exclamação no perfil de WeChat e Weibo, de nome Yuyuan Tan Tian, avisando que, “se os EUA tomarem outras medidas, a China continuará a tomar medidas resolutas”.
Washington havia ampliado suas tarifas sobre todos os produtos importados da China em 10%. Pequim se concentrou em petróleo bruto, gás natural liquefeito, carvão, equipamentos agrícolas e produtos automotivos, com taxas de 10% a 15%.
A reação chinesa “diz pelo menos duas coisas”, avalia a postagem, “primeiro, que os EUA precisam pagar por suas ações”. Em segundo lugar, que “a China precisa do mundo, e o mundo precisa da China”, referência à abertura de novos mercados por Pequim nos últimos anos.
Yuyuan Tan Tian sublinha que as contramedidas se concentram em petróleo, gás e carvão. “Energia é uma das poucas áreas em que os EUA têm superávit comercial com a China, o que mostra a precisão das contramedidas.”
Produtos primários “são altamente substituíveis” e, nos últimos anos, “a experiência e a capacidade da China de lidar com guerras comerciais melhoraram”. Seus mercados para exportação “estão se tornando cada mais diversificados, e os laços econômicos e comerciais com outros países, cada vez mais próximos”.
Citando como exemplo dos mercados alternativos chineses, o perfil da CCTV cobriu o embarque no mesmo dia de uma delegação de mais de 30 grandes empresas, várias delas de energia, caso das petroleiras Sinochem, CNPC e Petrochina, para assinar acordos na Ásia Central, com Cazaquistão e outros.
O Conselho para a Promoção de Comércio Internacional da China, que organizou a viagem, prepara o mesmo para Oriente Médio, Europa, África “e outros lugares para explorar a diversificação de mercados e discutir cooperação em setores como petróleo e gás, automóveis e maquinário agrícola”, todos presentes nas contramedidas aos produtos americanos.
Sobre as novas tarifas dos EUA de 25% sobre aço e alumínio, anunciadas no fim de semana, a mídia chinesa publicou que o impacto maior será sobre países como Canadá, México e Brasil. Segundo um centro de pesquisas sobre aço de Pequim, a China enviou 890 mil toneladas de aço para os EUA em 2024, 0,8% das exportações totais.
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