Venda de pneus de carga cai mais de 5% no Brasil
No acumulado de janeiro a setembro de 2025, o mercado brasileiro de pneus de carga registra forte retração. Foram comercializadas 4.844.806 unidades, volume 5,2% inferior às 5.108.506 unidades vendidas no mesmo período de 2024. Ou seja, indicação clara de que as frotas operam com menor intensidade. A queda é conduzida principalmente pelo segmento de reposição, que sofre com queda de fretes e menor rodagem.
Dessa forma, no canal de reposição, o volume somou 3.428.301 pneus, retraindo-se 7,6% frente às 3.709.151 unidades de 2024. O cenário é complexo: transportadoras encaram maiores custos, enquanto a demanda por carga segue volátil. Com isso, substituição de pneus fica para trás, e o uso de recapados ou soluções econômicas avança.
Além disso, a pressão sobre rentabilidade das operações leva muitos frotistas a adiar a renovação de pneus ou prorrogar os ciclos.
Pneus de carga: Montadoras
Entretanto, a venda para montadoras (OEM) apresenta comportamento distinto. As entregas totalizaram 1.416.505 unidades, crescimento de 1,2% em relação às 1.399.355 unidades do ano anterior.
Assim, o dado revela que, mesmo com o ambiente desafiador, a produção de caminhões novos resiste. Reflexo da retomada gradual no setor e adaptação às normas de emissões mais rígidas.
O mês de setembro reforçou a tendência negativa. Foram vendidas 527.728 unidades, queda de 10,5% sobre as 589.561 do mesmo mês em 2024. No varejo de reposição, a redução foi de 11% (380.248 unidades). E na montadora registrou-se retração de 9% (147.480 unidades). Além disso, o volume ficou 4,9% abaixo do desempenho de agosto. O que mostra que o mercado não apenas perdeu fôlego como enfrenta ritmo de queda contínuo.
O que vem por aí
Para os players do setor, os próximos meses exigem atenção redobrada. O frete ainda não apresenta retomada consistente, o que mantém a pressão sobre a rodagem média e a necessidade de investimentos em pneus de maior vida útil ou soluções alternativas.
Por outro lado, a estabilização da produção de caminhões e o surgimento de novas gerações de pneus — com foco em sustentabilidade, menor peso e maior eficiência — oferecem um ponto de virada para 2026.



