Brasil controlou inflação e aumentou balança comercial, mas precisa ajustar questão fiscal, diz Esteves

Um dos maiores líderes empresariais do país, o fundador do BTG Pactual, André Esteves, cobrou do país, nesta terça-feira (21), maior rigidez fiscal.

Segundo ele, o país nas últimas duas décadas controlou a inflação, aumentou o superávit da balança comercial, ficou mais democrático, mas não conseguiu concretizar a rigidez fiscal.

“Nós vamos, provavelmente, até ter um resultado fiscal esse ano melhor do que o mercado espera, mas a gente observa diariamente nos jornais que ainda existe uma angústia sobre o tema”, disse em um evento climático patrocinado pelo BTG Pactual em São Paulo.

“O país é como as nossas contas pessoais ou as contas das nossas empresas. Se você gastar mais do que você ganha, você vai ter problemas, não tem muita dúvida sobre isso. Se você gastar muito num determinado governo, você só vai ter a certeza que você está onerando as gerações futuras com maiores impostos e com serviços sociais de pior qualidade”, acrescentou.

	Patrick T. Fallon/AFP
	Andre Esteves, o fundador do BTG Pactual, durante evento em Beverly Hills, California, em maio de 2023.

Segundo ele, porém, esse tema tem sido mais debatido no Brasil do que em países desenvolvidos, como os Estados Unidos.

No evento, Esteves também disse que a inflação neste ano deve variar entre 3,5% a 4%, assim como nos próximos dois anos.

“Esse período, não por mérito exclusivo desse governo, pelo contrário, mas por mérito exclusivo da sociedade que escolheu a inflação baixa, vai ser um período dos quatro anos de menor inflação na história republicana brasileira”, disse.

“Outro ativo foi a evolução dos nossos poderes. Ela se expressa muito através de manchetes angustiantes [], mas não tenho dúvida que poderes independentes, autônomos e altivos garantem o balanço da nossa sociedade. E o Brasil nunca teve uma constituição de poderes onde os checks and balances estivessem tão presentes”, acrescentou.

(Pedro Lovisi)