Acompanhe a cotação do dólar nesta sexta-feira (13)

Investidores avaliam qual será o tamanho do corte na taxa de juros dos EUA

São Paulo

O dólar abriu próximo da estabilidade nesta sexta-feira (13), em uma demonstração de cautela dos investidores com a indefinição sobre o tamanho do corte que o Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA) deve fazer na taxa de juros.

As autoridades da política monetária se reunirão na próxima semana, e o mercado especula se a redução será de 0,25 ou 0,50 ponto percentual.

Às 9h03, o dólar subia 0,01%, cotado a R$ 5,6180. Na quinta-feira (12), a divisa norte-americana fechou em queda de 0,56%, cotado a R$ 5,617, e a Bolsa recuou 0,48%, aos 134.029 pontos.

O dia foi marcado por mais uma rodada de divulgações macroeconômicas, com o mercado em busca de sinais sobre as próximas decisões de política monetária, daqui e do exterior.

O relatório, antes tido como secundário por operadores financeiros, passou a ser observado de perto em meio à mudança de foco do Fed para as taxas de ocupação.

A autoridade monetária trabalha com um mandato duplo, isto é, observa de perto os dados de inflação e trabalho para decidir sobre os juros. O objetivo é atingir o chamado “pouso suave”, quando índices inflacionários convergem para a meta sem maiores danos à empregabilidade do país.

Na quarta-feira, o índice de preços ao consumidor (PCE, na sigla em inglês) mostrou que a inflação desacelerou na base anual para 2,5% em agosto, ante 2,9% em julho. O resultado mostra uma convergência gradual à meta de 2%, ao passo que, no mercado de trabalho, as últimas leituras têm indicado enfraquecimento.

A leitura dos investidores é que, para atingir o “pouso suave”, o Fed irá cortar os juros de forma gradual a partir da próxima reunião de política monetária, que acontece na semana que vem entre os dias 17 e 18 de setembro. A taxa está na faixa de 5,25% e 5,50% desde junho do ano passado.

As apostas de um corte de 0,25 ponto percentual agora reúnem 87% dos agentes financeiros, segundo a ferramenta FedWatch, com os 13% restantes centrados na redução maior, de 0,50 ponto.

Ainda na cena externa, o BCE realizou um novo corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros, para 3,50%, em movimento amplamente esperado pelos investidores. No entanto, a autoridade monetária não indicou sinalizações sobre as decisões futuras.

O dólar, em tese, costuma se depreciar à medida que os juros dos EUA caem, já que a queda nos rendimentos da renda fixa americana estimula a busca por ativos de maior risco.

O exterior trouxe “melhora no apetite por risco, o que fez o real e outras moedas emergentes se valorizarem”, diz Cristiane Quartaroli, economista-chefe do Ouribank.

Para o real, há ainda outro fator de relevância: a taxa básica de juros do Brasil, a Selic, atualmente em 10,50% ao ano.

Desde a última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), em julho, dirigentes do BC (Banco Central) têm reiterado que um novo ciclo de aperto está à mesa para levar a inflação de volta ao centro da meta, caso os dados macroeconômicos indiquem necessidade.

O comitê trabalha com a meta de inflação em 3%, definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional, órgão ligado ao Ministério da Fazenda) e com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo. A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para controlar a alta de preços.

A deflação não reverteu apostas de que a Selic irá subir 0,25 ponto já na próxima reunião do BC, também marcada para os dias 17 e 18 de agosto. A percepção do mercado foi reforçada com dados do setor de serviços, divulgados pelo IBGE na quarta, e vendas no varejo, nesta quinta.

O resultado reforça o cenário de uma economia forte e aquecida, com potencial de gerar pressões inflacionárias nos próximos meses, o que reforça apostas de alta gradual na Selic.

Quanto maiores os juros no Brasil e menores nos Estados Unidos, melhor para o real, que se torna mais atraente para investimentos de “carry trade” —isto é, quando investidores tomam empréstimos a taxas baixas e aplicam recursos em moedas de países de taxas altas, para rentabilizar sobre o diferencial de juros.

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