Setor de serviços cresce 0,9% em maio, acima do esperado
Folha de São Paulo – 9h22 12.jul
O volume do setor de serviços no Brasil cresceu 0,9% em maio, na comparação com abril, informou nesta terça-feira (12) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O resultado ficou acima das estimativas do mercado financeiro. Analistas consultados pela agência Reuters projetavam avanço de 0,2% na comparação mensal.
O crescimento veio após recuo de 0,1% em abril, segundo dados revisados pelo IBGE. Nos cinco meses iniciais deste ano, o setor registrou três altas.
Com isso, a prestação de serviços ficou 8,4% acima do nível pré-pandemia, de fevereiro de 2020. Contudo, ainda está 2,8% abaixo do ponto mais alto da série histórica, alcançado em novembro de 2014.
Movimento em bares no bairro de Pinheiros, em São Paulo
Em maio, as cinco atividades investigadas em serviços registraram avanços. “Antes de 2020, era bem mais raro ver as atividades crescendo de forma simultânea”, disse Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa do IBGE.
“Isso tem relação com a base de comparação baixa por causa dos efeitos das medidas de isolamento social, especialmente nos serviços de caráter presencial. De lá para cá, com a redução das restrições, essas atividades seguem em ritmo mais acelerado”, completou.
O IBGE destacou as altas do ramo de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (0,9%) e do segmento de informação e comunicação (0,9%).
Essas atividades foram impulsionadas por transporte de cargas e serviços de tecnologia da informação, respectivamente, indicou o instituto.
O transporte de cargas subiu 1,8% e atingiu o ponto mais alto da série histórica, iniciada em janeiro de 2011. Tecnologia da informação avançou 2,4% e também alcançou o pico da série.
“As empresas desse segmento, como as de desenvolvimento de aplicativos e as ferramentas de busca na internet, permanecem aproveitando as oportunidades de negócio criadas a partir da pandemia, em que serviços como a digitalização, as mídias digitais, as interfaces remotas de comunicação e o armazenamento de dados em nuvem tiveram aumentos expressivos de demanda por parte das empresas”, disse Lobo.
Os demais avanços entre as cinco grandes atividades vieram de outros serviços (3,1%), serviços profissionais, administrativos e complementares (1%) e serviços prestados às famílias (1,9%).
Apesar do desempenho positivo, o ramo de serviços prestados às famílias é o único dos cinco grandes da pesquisa que segue abaixo do patamar pré-pandemia. Está em nível 7% inferior ao de fevereiro de 2020, antes da crise sanitária.
Os serviços prestados às famílias reúnem empresas que são dependentes do contato presencial com clientes e que foram atingidas em cheio pela pandemia. Hotéis, bares, restaurantes e academias de ginástica são exemplos dessa lista.
Em termos positivos, as atividades mais distantes do pré-pandemia são transportes (16,7% acima de fevereiro de 2020) e informação e comunicação (12,4% acima).
“O que coloca o setor de serviços em um patamar 8,4% acima do pré-pandemia não é apenas o processo de retomada em função da flexibilização das restrições. A gente destaca o papel preponderante vindo de serviços de tecnologia da informação e do transporte de cargas”, apontou Lobo.
Na comparação com maio de 2021, o volume de serviços como um todo teve alta de 9,2%. Analistas consultados pela Reuters projetavam crescimento de 8,5% na base anual.
De janeiro a maio, o setor acumulou alta de 9,4%. Em 12 meses, o crescimento foi de 11,7%.
O índice de atividades turísticas, por sua vez, cresceu 2,6% em maio, no terceiro resultado positivo consecutivo, acumulando no período ganho de 11,7%. Ainda assim, o turismo ainda está 0,1% abaixo do patamar pré-pandemia.
(Leonardo Vieceli e Reuters)
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