Unidade SIMob na UFRGS assina primeiro contrato

O projeto será desenvolvido com a ArcelorMittal e visa avaliar o uso de combustíveis alternativos (pneu inservível e carvão vegetal) para injeção em altos-fornos da empresa
UFRGS – 28/12/2021 15:55

Foto: Prefeitura de São Gonçalo (RJ)/Divulgação.

A Unidade SIMob – Sistemas Inteligentes de Mobilidade UFRGS, contemplada como unidade de inovação da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) este ano e credenciada em 26 de novembro, assinou em 14 de dezembro o seu primeiro contrato com a iniciativa privada, além ser a primeira unidade do Brasil a firmar contrato dentro do Programa Rota 2030.

O projeto ‘Uso de biocombustíveis e resíduos visando à redução das emissões de CO2 na produção de aço para indústria automotiva’ se insere no escopo da produção de sistemas inteligentes de mobilidade, objeto da SIMob. O objetivo principal consiste em avaliar o uso de combustíveis alternativos (pneu inservível e carvão vegetal) para injeção em altos-fornos da empresa ArcelorMittal, unidade de Tubarão (SC).

Segundo Marcelo Lubaszewski, coordenador do SIMob, o contrato foi assinado com a empresa ArcelorMittal em tempo recorde, fruto do modelo ágil de contratação implementado pela nova Unidade Embrapii. “Para a execução do projeto, haverá um aporte total de R$ 450 mil, que segue o modelo convencional da Embrapii de participação de 1/3 de cada uma das partes: Embrapii e Empresa entrarão com R$150 mil em aportes financeiros cada uma, e a SIMob entrará com R$150 mil de contrapartida econômica”, explica ele.

A Unidade SIMob é uma das unidades do recentemente criado Programa Prioritário Rota 2030 da Embrapii.

O projeto

Tendo como pesquisador-chefe o professor Eduardo Osório (Laboratório de Siderurgia -LaSid/UFRGS), o estudo propõe a utilização de um equipamento recentemente construído no LaSid chamado de simulador físico da zona de combustão, no qual é possível comparar diferentes combustíveis sólidos em termos de combustibilidade e comportamento da pressão durante a combustão.

Nos últimos seis anos, foram consumidos no Brasil aproximadamente 23,3 milhões de toneladas de carvão mineral – combustível fóssil não renovável, cuja queima libera na atmosfera dióxido de carbono – para injeção em altos-fornos. Assim, a biomassa (combustível renovável) e o pneu inservível (resíduo) podem ser alternativas para substituição parcial do carvão mineral injetado nas ventaneiras dos altos-fornos, a fim de diminuir as emissões de CO2 na siderurgia e, como consequência, garantir uma redução positiva de emissões na cadeia produtiva automobilística. Para além dos ganhos ambientais, esses materiais podem também representar ganhos econômicos, em razão da possibilidade de redução da dependência integral do uso do carvão mineral importado na siderurgia e do potencial brasileiro no fornecimento desses combustíveis.

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