Dólar recua com medidas de estímulo na China

Na véspera, moeda americana recuou 1,34%, a R$ 4,9170 para venda

Folha de São Paulo – 20.mai.2022 às 9h30

O dólar era negociado em leve queda contra o real logo após a abertura desta sexta-feira (20), conforme investidores digeriam novas medidas de estímulo econômico na China, o que ajudava a aliviar o recentemente fragilizado sentimento global.

Às 9h05 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,14%, a R$ 4,9123 na venda.

Na B3, às 9h05 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,48%, a R$ 4,9255.

A moeda norte-americana spot fechou a última sessão em queda de 1,24%, a R$ 4,9194, seu menor patamar para um encerramento desde o dia 4 deste mês (R$ 4,9006).

Neste pregão, o Banco Central fará leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de julho de 2022.

Na véspera, em uma sessão marcada pelo enfraquecimento do dólar contra moedas de maior risco em escala global, o real voltou a ganhar terreno.

Em queda firme durante praticamente todo o pregão, a divisa americana encerrou os negócios com desvalorização de 1,34% ante a moeda local, cotada a R$ 4,9170 para venda.

Apesar do mau humor dos investidores internacionais levando a uma queda das ações nas Bolsas no exterior, o dia foi de ajustes e de depreciação do dólar de forma generalizada —o índice DXY, que mede a força da moeda contra uma cesta de divisas, registrou queda de 0,90%.

Já a Bolsa de Valores brasileira andou na contramão do movimento observado entre os pares globais, e, impulsionada por ações de produtoras de commodities, viu o Ibovespa avançar 0,71%, aos 107.005 pontos.

Entre os destaques positivos na Bolsa local, as ações da Eletrobras avançaram 2,5%, após o TCU (Tribunal de Contas da União) ter aprovado na véspera o processo de privatização da estatal.

Entenda o processo de privatização da Eletrobras

Papéis de grandes exportadoras de commodities metálicas também se destacaram entre as maiores altas do dia na Bolsa brasileira.

Já nas Bolsas globais, o mau humor da sessão passada voltou a predominar nesta quinta. Nos Estados Unidos, o S&P 500 recuou 0,58%, o Dow Jones cedeu 0,75% e o Nasdaq encerrou em baixa de 0,26%.

“A aversão ao risco ganha força diante de preocupações com o crescimento global”, disse o departamento de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco em relatório. “Pesam sobre a avaliação de riscos as incertezas com os desdobramentos da guerra na Ucrânia, com a política de combate à Covid na China e com as persistentes pressões inflacionárias e seus impactos sobre a condução da política monetária no mundo.”

As ações da empresa de tecnologia Cisco caíram nesta quinta cerca de 14%, o que as levou para as mínimas em 18 meses, após a empresa alertar sobre a escassez persistente de componentes, preocupando Wall Street quanto ao impacto das restrições da China à Covid-19 e à crise na Ucrânia.

Fabricantes de equipamentos tecnológicos com a Cisco, que se beneficiaram com os gastos de empresas para infraestrutura de tecnologia para incorporar o trabalho híbrido, enfrentam escassez de componentes, que piorou desde que o principal centro de fornecimento da China implementou bloqueios rigorosos contra a Covid-19 em abril.

A evidência de que a inflação elevada está contaminando a economia está gerando calafrios nos investidores, depois que números das principais varejistas dos Estados Unidos mostraram redução no consumo de itens mais caros e que geram maior margem de lucro para as empresas.​

​Reflexo da maior cautela dos investidores nos últimos tempos, o saldo de tesouraria das administradoras de fundos internacionais subiu ao seu valor mais alto desde os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, segundo pesquisa do Bank of America.

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